Um balanço das últimas administrações

O período de José Aldemir Meireles à frente de nossa edilidade se aproxima do final. Então, apesar de não poder fazer uma análise histórica desse período, vamos pegar um conjunto das outras administrações e colocar a que está a terminar junto e tentar fazer uma análise global, dando enfoque ao estilo de como é eleito o nosso mandatário e sugerir algumas diretrizes (quanta soberba) para os futuros dirigentes.

Nossa cidade sempre teve, e sempre tem uma característica interessante: é uma cidade, que em termos de Educação um destaque incontestável, carece de uma educação em termos de política, que fica a dever e muito para Sousa, bem como para até outras cidades menores de nossa região.

Temos grandes quadros para nos governar, poderia citar vários, mas na hora de pegar a mão na massa, esses não querem fazer a campanha, que é a única forma de ser eleito, e esses ficam pairando como que acima dos eleitores, que são os que vão decidir quem vai governar nosso município.

Então esse posto é ocupado por quem tem coragem de enfrentar essa maratona, ou seja: quem goste de ter contato com o povo que é, tendo em vista nossa cidade ser encravada numa região extremamente fisiológica, sempre vem pedir favores pessoais, e se o candidato disser não atender e tiver a paciência para com os eleitores, perde o voto.

Então esse costume vem desde os tempos, para mim imemoriais, de Dr. Otacílio Jurema, que receitava e pedia o voto. Meu pai, que receitava, mas nunca pediu voto, quando o obrigaram a ser candidato a vereador, foi eleito com uma quantidade extraordinária de votos, como não tinha projeto nenhum para nossa cidade, e não era “do meio”, logo renunciou ao mandato.

Então, nosso povo sempre seguiu essa picada, hoje rodovia, e sempre votou em candidatos que se apresentassem com essa linha de troca de favores: temos Dr. Epitácio com suas feiras; Vituriano, eu vou falar de um episódio que passei com ele, acerca de uma estrada que marcou para as nove da manhã na prefeitura e saímos duas da tarde, e ao voltarmos já tinha umas 10 pessoas em frente à sua casa; Carlos Antônio que vivia fora da cidade, e quando vinha fazer uma entrevista, se juntava uma multidão em frente à rádio em que estava prestando essa entrevista; e José Aldemir, que viveu e vive entre Cajazeiras e João Pessoa, para não ter esse contato permanente com esses eleitores, mas sempre os recebe de alguma forma, e tem sua equipe para “fazer o meio de campo”.

Agora em termos de obras estruturantes, a não ser com verbas que venham de fora, e mesmo com elas, não se vê nenhuma obra desses nossos políticos. O HUJB é uma obra federal, que foi conseguida por muitas mãos; temos a estrada Francisco Arcanjo de Albuquerque, merecidíssima, mas se fosse ela a Perimetral Norte de Cajazeiras, aí Seu Arcanjo estaria realmente homenageado.

Não temos um Espaço Cultural à altura de nossas necessidades. Que abrigasse museu, escolas de artes, e outras manifestações culturais, um ginásio de esportes; entre outras coisas que necessitamos. O Teatro Ica vive com a agenda cheia, e tendo que abrigar muitas manifestações que não deviam acontecer lá.

A Zona Franca do Semiárido saiu das pautas das nossas reivindicações. O governador lavou as mãos sobre a campanha de Cajazeiras e os grandes temas foram esquecidos mais uma vez.

Desejo de todo coração que o sucessor de nosso prefeito seja bem sucedido. Conheço os dois e estou à disposição de minha cidade sem qualquer tipo de interesse. É minha obrigação. Que vença o melhor.

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