Ruas de minha infância e seus saudosos habitantes (I)

A Rua Siqueira Campos se estende deste a sua confluência com a Rua 13 de Maio, antiga Rua do Gato Preto (segundo falam, esta era, noutros tempos, a rua das “mulheres da vida”). Ali, todos se conheciam, todos eram amigos, como se formassem uma enorme família.

Começava a rua pela bodega de Dona Maria Catolé, mãe dos meus primeiros amigos de infância: Zezinho, Antônio, Mariquinha, Antonieta, Francisquinha (Menda) e Graça; em descendo a rua, e na busca de sua confluência com a Rua Bonifácio Moura, tínhamos nossos “conhecidos”: Maria Roberto, com seus santos e santuários, visitada diuturnamente pelos que precisavam de sua ajuda espiritual; dona Adalgisa, com o marido Seu Genésio, que comercializavam o melhor pirulito da cidade, distribuído no Grupo Escolar pela sua filha Surica; Antônio Lira de Oliveira, sucessor comercial da mortuária São Vicente de Paula, do seu pai, Seu Henrique.

João Lé que, segundo ouvíamos, vivia maritalmente com Birica, mãe do nosso amigo de infância, conhecido apenas como Gérson de Birica; Antônio Simão, pai de Antônio, este casado com Zilmar, filha de Seu Geroncinho, Zezé (saxofonista da Orquestra Manaíra) e Moisés, o Momô, boêmio, violonista; Zé Caitano, pai da influente vereadora Anita Caitano; Seu Simão, pai de uma grande prole: Expedito, Antônio, Fernando, Nininha… e berço originário do ex-prefeito Carlos Antônio.

Seu Chiquinho e Dona Meranda, mantenedores da antiga Assembleia de Deus, nos seus tempos áureos; prof. Paulo Martins; Geroncinho, dono de nossa primeira fábrica de mosaicos, produto hoje pouco conhecido, mas que que foi o embrião da atual cerâmica que, na época, concorria, no mercado desse material de construção, com Zé das Freiras.

Seu Senhorzinho, cuja aprazível residência nos oferecia, em sua frente, um frondoso pé de tamarindo (chamávamos “tamarina”), com cujos frutos nos deliciávamos quando por ali passávamos; Raimundo e Zé Marcelino, aficionados por caminhões.

Chico Mamede, gerente da mercearia de João Rodrigues, que se localizava na rua Juvêncio Carneiro, artéria ainda hoje dominada pela atividade comercial; Placídio, fornecedor de leite in natura;  Zenaide, bodegueiro conhecido e respeitado pelo seus fregueses.

Neco Vieira, operário da construção civil, uma espécie de “braço direito” do meu pai; Neco da Mãozinha, aquele dos famosos fenômenos poltergeist, já tratados nesta Coluna, e pai do nosso colega Bosco Trombetol.

Zé Lopes, outro aficionado por caminhões, já no final da rua, exatamente no local que era conhecido como “ladeira de Zé Lopes”; Seu Isidro, outro bodegueiro, cuja casa comercial também ficava na Rua Juvêncio Carneiro, defronte de onde hoje funcionam os estúdios da Difusora Rádio Cajazeiras.

Pois bem! Era nessa rua, habitada por nossos “conhecidos”, que morava Tomé Coriolano Ribeiro, apelidado e conhecido como Seu Senhorzinho, e que será objeto de nossas lembranças noutra coluna.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Publicações relacionadas
CLIQUE E LEIA

Acolhimento

Receba quem bate a sua porta, não deixe de tratar com dignidade um estranho, não recue a um…
Total
0
Share