Ronaldo Cunha Lima: um líder que deixou marcas

Amigos leitores; leitores. Nessa semana, sem grandes assuntos para tratar, vou dissertar sobre uma das maiores figuras que nossa política já produziu: vou citar apenas seu prenome: Ronaldo. Advogado, prefeito, cassado pela ditadura, que depois de voltar à cena política, foi governador de nosso estado, e mesmo que não tenha realizado muitas obras para nossa cidade (A única que me recordo foi a iluminação do estádio Perpetão), realmente gostava de estar aqui, e tendo na Prefeitura seu amigo e correligionário de longa data, Zerinho, era uma presença constante em nossa cidade.

Mas não é o que eu devo abordar nessas mal traçadas linhas: nessa época Edme Tavares era Deputado Federal e ele teve a idéia de fazer uma fundação com o nome de minha mãe, Fundação Iracles Pires, e com as verbas provindas das emendas dos deputados, administrar o teatro, que com a verba da prefeitura, mal conseguia pagar suas contas.

Então juntamente com minha irmã e sua amiga irmã, Lucia Guimarães, e outros amigos, fomos à frente nesse projeto.

Para o lançamento da Fundação, era necessário um evento que marcasse, que ficasse para a história, e haviam condições para isso, pois além do governador, Humberto Lucena era o Presidente do Senado Federal e seu cargo, era simplesmente o terceiro em importância na República. Então, com o Tênis Clube lotado, tivemos uma noite de poesia que talvez nunca mais se repita; Patativa do Assaré, Amazan contando histórias engraçadíssimas, um show de violeiros dos quais cito Moacir Laurentino, Tantino  Cartaxo recitando poemas de sua autoria e de seu pai, Christiano Cartaxo, entre outras atrações, tudo apresentado por Ubiratan de Assis e Gutemberg Cardoso que também recitaram. Uma noite perfeita.

Depois disso, na outra semana, a tragédia: os tiros de Ronaldo em Burity, que teve como conseqüência maior, o começo do fim da carreira política de Ronaldo, que era inclusive cotado para compor a chapa para a presidência da República, como vice, tendo como candidato Orestes Quércia, como advogado que sou, tenho a seguinte convicção, você pode ser um santo a vida inteira, mas a partir do momento em que puxar o gatilho, virou um criminoso, essa mancha indelével comprometeu e muito a carreira de Ronaldo. Como ele nos confidenciou poucos dias depois em João Pessoa: “semana passada eu estava no céu, agora estou no inferno”. Verdade absoluta, que compromete, mas não anula tudo que sua prodigiosa figura representou e vai representar.

Fico.

P.S. – Dedico essas linhas a Adelina Fortunata da Conceição, ou Lina de Antônio Pedro, filha do maior homem de confiança de Major Galdino, e para nós que tivemos o prazer de conviver com ela, uma figura ímpar, inesquecível. Que faleceu com 89 anos, Meus mais sinceros sentimentos à família, que muito nos serviu.

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