Agora, passamos ao chamado “lado negro” dessa estória: sabia-se na cidade que Marcolino Diniz, mantinha certa convivência com Lampião e o seu bando, chegando a ser considerado, pejorativamente, de coiteiro, tendo, inclusive dado assistência ao famoso cangaceiro, quando este fora baleado em uma das pernas, pela volante policial pernambucana, comandada por Theófanes Ferraz Torres, em combate travado em 23 de março de 1924, confronto este ocorrido em Lagoa dos Vieira, distante 5 km da Serra do Catolé.
Depois de sofrer sem nenhuma assistência por três dias, Lampião homiziou-se na fazenda Saco dos Caçulas, com a cobertura de Marcolino Diniz. Desta, o cangaceiro escapou, somente vindo a sucumbir na conhecida e descrita batalha, ocorrida em julho de 1938, na Gruta de Angicos, em Sergipe.
Em Cajazeiras, sabia-se, mas não se comentava, que Marcolino mantinha alguns “seguranças”, entre os quais um deles, em tempos anteriores, por haver, embriagado, praticado desordens num dia de feira na cidade, tinha sido preso e, segundo ele mesmo afirmara depois, sofrido humilhações por parte dos policiais.
Este era Sabino, conhecido por vários nomes, como Sabino das Abóboras, Sabino de Goa, Sabino Gomes do Meio, Sabino Barbosa do Meio, Sabino Gregório e, ao que se comenta na Literatura pertinente ao assunto, ele seria filho bastardo do Coronel Marçal Florentino Diniz com uma mulher negra. Daí, então, teria sido “adotado” por Marcolino (Pereira) Diniz e mantido vários amigos em Cajazeiras. Isto seria o cerne da questão.
Deixando a mulher com quem vivia na cidade, Sabino prometera, unindo-se ao bando de Lampião, vingar-se dos “macacos” que integravam a polícia local. Assim pensou e assim cumpriu: acompanhado por cerca de 25 comparsas do bando de Lampião, perpetrou a malfadada invasão a Cajazeiras, na terça-feira, 28 de setembro de 1926. Tudo isso aconteceu há quase 98 anos, mas parece que foi ontem…
