Por que a criação do IFSPB é fundamental para o Sertão da Paraíba?

ALEXANDRE COSTA

O movimento de apoio a criação do IFSB-Instituto Federal do Sertão Paraibano sofreu um duro revés no início dessa semana quando o MEC-Ministério da Educação   enviou para a Casa Civil da Presidência da República a proposta de reordenamento dos Institutos Federais do País sem a criação do IFSPB-Instituto Federal do Sertão Paraibano. Isso fatalmente sepultava o sonho de ganharmos uma instituição superior de ensino tecnológico genuinamente sertaneja.

A reação veio rápida. Logo na quarta-feira (20) em reunião na Comissão de Fiscalização Financeira e Controle da Câmara Federal o deputado federal Wilson Santiago (pioneiro na iniciativa do desmembramento por meio do PL Nº 3057/2019) foi escalado para cobrar explicações do Ministro da Educação, Milton Ribeiro sobre as razoes que levaram o futuro IFPB ficar excluído do tão propalado reordenamento. Acuado, o ministro Ribeiro reconsiderou a decisão abrindo a possibilidade de incluir o IFPB no ordenamento condicionado ao apoio e a anuência da bancada da Paraíba. O futuro IFSPB ganhava uma sobrevida. 

Historicamente, o gritante e crescente desnível socioeconômico entre as regiões da Paraíba parece não   ter sensibilizado nossas lideranças políticas nos últimos 50 anos. As frias estatísticas mostram claramente isso: 57% do PIB da Paraíba concentra-se em apenas 05 municípios. Uma aberração econômica não combatida por anos a fio por força e conveniência política ou talvez por despreparo e desinformação dos líderes paraibanos em não alcançarem a magnitude do impacto negativo dessa anomalia econômica no desenvolvimento do Estado da Paraíba como um todo. 

Vivemos a era do desenvolvimento sistêmico. Não faz sentido algumas regiões como litoral, brejo e compartimento de a Borborema apresentarem níveis satisfatórios de avanços socio econômicos se regiões do Alto Sertão apresenta índices de desenvolvimento Humano vergonhosos, semelhantes a países Africanos. Isso precisa ser combatido. Combatido não com retóricas demagógicas, mas por políticas consistentes de maciços investimentos em infraestrutura, saúde, agricultura e educação em todas as outras regiões do estado na busca de um desenvolvimento socialmente justo e economicamente uniforme.

 E é exatamente aí que entra em cena o IFSPB. Focado no ensino básico, técnico, tecnológico, superior e pós-graduação e aliado ao princípio constitucional da indissociabilidade entre o ensino, a pesquisa e extensão, o futuro IFSPB abrangerá a Mesorregião do Sertão Paraibano englobando os campi de Cajazeiras, Catolé do Rocha, Itaporanga, Patos, Princesa Izabel e Sousa e já nasce com uma estrutura considerável com 9847 alunos matriculados em 08 campi.

O IFSPB chega com uma proposta inovadora e inteligente, totalmente dentro dos princípios modernos de governança pública, formando mão obra especializada para ser absorvida pela economia sertaneja, combater a fuga de cérebros, enfim, reverter os desníveis intrarregionais da Paraíba.

ALEXANDRE JOSÉ CARTAXO DA COSTA É ENGENHEIRO, EMPRESÁRIO COM MBA EM GESTÃO ESTRATÉGICA DE NEGÓCIOS, DIRETOR DA FECOMÉRCIO PB, PRESIDENTE DA CDL/CZ E MEMBRO DA ACADEMIA CAJAZEIRENSE DE ARTES E LETRAS.

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