Lula encontrará um país em escombros para governar. Sua missão será reconstruir o Brasil, em todos os sentidos. Recuperarmo-nos da onda de retrocesso a que fomos submetidos nos últimos quatro anos. É preciso desfazer esse ambiente de ódio que se espalhou na sociedade brasileira, estimulando a divisão e a violência entre os próprios cidadãos. Reagir contra essa política armamentista a que se dedicou o governo que se finda. Conter o avanço da devastação ecológica que vinha se praticando na floresta amazônica. Recolocar a nação no trilho da democracia e da justiça social.
Não será uma tarefa fácil. É importante que o novo governo se blinde das pressões do submundo fisiológico do Centrão. Esse grupo de parlamentares procura sempre estar pendurado nos governos que lhe ofereçam vantagens. Como também se faz necessário promover a desmilitarização na administração pública. Eles não foram preparados para governar. Que retornem aos quartéis para cumprir com suas responsabilidades constitucionais.
Uma classe média ultra-conservadora emergiu para se contrapor à solidariedade social e à igualdade, contribuindo para a corrosão das estruturas democráticas, na insistente pregação do golpismo, combinando o populismo de direita com o autoritarismo. Uma extrema direita raivosa, rancorosa e vingativa. E sai às ruas em nome do atraso. Hordas neofacistas organizam manifestações públicas antidemocráticas, teimando em não aceitar o veredicto das urnas em favor do Estado Democrático de Direito.
Nasce a esperança de que voltaremos a ser um país altivo e soberano, admirado e respeitado pelo resto do mundo. É hora de renascer, qual fênix ressuscita dos escombros da ruína moral que nos prende à retaguarda do progresso. O resultado da eleição do último dia 30 de outubro mostrou que o Brasil acordou. Novos caminhos serão desbravados, avançando em conquistas civilizatórias. Para enfrentar os discursos de ódio, é preciso que a gente se arme de amor. Vamos em frente. O primeiro passo foi dado.