Kafka nada! Edgar Allan Poe entre nós…

Queria escrever sobre algo diferente, mas infelizmente todos os meus neurônios estão sobrecarregados com a maior humilhação que a pátria (de ou sem chuteiras) vivenciou ontem. De nada vale o que escrevi antes dando algum enfoque a uma possível perda da copa, o que aconteceu transcende o non-sense, a inversão de valores Kafkeano, e se situa firme no campo de uma novela de terror, escrita por Poe, ou mais especialmente, daqueles filmes sanguinolentos que você sai do cinema vomitando de náusea logo no começo.

Quando era vivo, meu tio Lineto sempre falava do “Marcanazo” que ele e meu outro tio Páricles (este irmão de minha mãe) presenciaram ao vivo. Uma tragédia nacional que sempre ele repetia. Eu ficava imaginando como foi, agora, nunca, nem em meus mais terríveis pesadelos, imaginei que iria experimentar ao vivo e a cores em alta definição uma coisa pior.

Olha, eu nunca passei de um peladeiro, mas mesmo sem técnico, quando a gente enfrentava os times mais fortes, e quando faltava algum titular (ai eu que era reserva, jogava), sempre jogávamos atrás, e perdia de pouco, empatava no mais das vezes e até ganhávamos, agora era todo mundo atrás levando bolada, mas a bola era difícil de entrar…

Nesse jogo, se é que se pode chamar aquilo de jogo, quando eu vi já no comecinho, o time sem meio de campo, dando chutão p’rá frente, pensei: “Vai perder”, mas eu pensava que era a seleção brasileira e iria ser de 2 x 1, como foi em 50, ou por pouco mais,,, pareceu que todo mundo estava comprado, exceto a torcida, ai o time que comprou exagerou no combinado. Mas tem pior: o que aconteceu ontem tem suas raízes lá atrás, vi uma entrevista (em preto e branco, bem antes do vexame de ontem) de Zizinho, já falecido, que jogou em 50 e ele falava: “O Brasil não tem negócio de sediar copa não, tem é que treinar a seleção e ganhar fora”; mais profético, impossível. Vou tentar, apesar de meus neurônios estarem num curto-circuito generalizado, entender. O que esse povo ganhou com entrevistas, patrocínio, roubalheira, que as ausências dos titulares jamais explicarão, bem que podia perder um pouco de tempo e estudar os adversários: a trave nos salvou do Chile, e o que aconteceu, foi, um conto (ou livro) que Gabriel Garcia Marques, que se fosse vivo, até por vingança escreveria: Um outro Cem Anos de Solidão do mundo do futebol: Pode até ter sido, uma vingança sobrenatural. Que falta nos faz Nelson Rodrigues, explicar o terremoto de ontem, poderia faltar expressões até no nosso maior cronista (ficamos abaixo do complexo de vira-latas).

Dá vontade de fazer como o Czar da Rússia quando sua seleção foi goleada de 10×0 no começo do século passado, ele negou a entrada do jogadores derrotados, e se entrassem seria fuzilados, a gente podia deportar Felipão, jogadores, CBF e o resto desse pessoal que está nos expondo ao merecido escárnio universal, tem até ET zombando de nós… Alem de não fazer falta, nos livraríamos dessa nojeira. pelo menos alguma coisa teria sido feita.

Ainda bem que eu ouvi vaias no Mineirão, deveriam ser pedras.  Adolf Hitler, de seu apartamento com calefação no inferno (um Anticristo deve ter seus privilégios) certamente está comemorando.  O que meus tios sentiram, eu agora sei o que é sentir, e por 7×1. Os neurônios entraram em colapso, paro por aqui, deveria estar faltar corda p tanto suicídio, mas devo estar enganado, a gente já perdeu a vergonha mesmo…

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Publicações relacionadas
CLIQUE E LEIA

Sinval Rolim (2)

Sinval Rolim nasceu no ano de 1921. Dos doze para os treze anos, veio estudar em Cajazeiras, deixando…
Total
0
Share