Jornada de açu-açu

Três vivas: um para o escritor mineiro João Guimarães Rosa; um para o poeta mato-grossense Manoel de Barros; um para o XXV Festival de Repentistas de Cajazeiras, que vai acontecer sexta-feira (24). Os três vivas me inspiraram nessa invernada limosa e engrenagem ao contrário:

  • Quem com nódoa respira, faz das vestes olho d’água
  • À noite, todos os carros são pardos e valentes
  • Um dia, quando o Sol for rei, o céu cavalgará nos intestinos alheios
  • Borboletinha azulzinha vive vendendo fascículos de Pólen
  • Todo João é João disfarçado de João e tem pacto com a maioria dos Joões
  • Viola em fim-de-noite faz cintilar pára-raios
  • Gado gouro é calorento
  • Chulé só presta pra safári de Diplomata
  • Os viajantes do mês de maio podem dormir sem aliança aumentada
  • Dois homens jurássicos equivalem a um gafanhoto agrotoxicado. Dois gafanhotos do sexo masculino equivalem a um homem dinossauro
  • A fofoca é o momento xis de ovo de galinha capoeira (nunca de avestrúzia)
  • Quando há chuva em tarde silenciosa e em morte de um pardal, o milho resseca
  • Lua Nova é sintoma
  • Buchada com inércia: palanque futuro
  • Tudo o que sorrir sem mimeógrafo é voz
  • Entre o espanto e o latrocínio, delega-se sangue místico
  • Caritó é pra sino
  • Senhora que usa anágua está perdoada por trinta anos
  • Diz que chave perdida envivesce
  • Forró-no-mato é idiossincrasia de cidade
  • Quem encontrar cabelo em canja pode se casar em ano bissexto dietético
  • Papa-figo é dor-de-cabeça de FBI
  • No aquário do olho, lágrima é mulher-rã em liberdade.
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