Janeiro Branco e o preconceito marrom

FABIANO GOMES

Sim, isso mesmo! Poucos sabem, mas no primeiro mês do ano há uma campanha chamada “Janeiro Branco”. Uma campanha ou ação destinada à saúde mental. E quando falo em saúde mental, não falo da loucura, e sim dos transtornos mentais que necessitam de tratamento psiquiátrico, psicológico e o uso de medicamentos específicos para cada um dos problemas.

Eu tenho os meus, e faço tratamento. Não há vergonha nisso. Estou tratando da minha mente para, no futuro, continuar a ser produtivo. E Talvez não saiba, mas você pode ter ou um dia já teve algum tipo de transtorno mental. Mas existe um tabu na sociedade, na imprensa, em discutir essa realidade que está em todos os lares, independente da classe social, cor, credo, opção sexual ou grau de estudo.

A saúde mental, ou os problemas metais devem ser tratados com seriedade, não jogados embaixo do tapete. Para todas as campanhas destinadas à saúde existem cores. “Novembro Azul”, “Outubro Rosa”, “Setembro Amarelo” e por aí em diante. Todos conhecem, pois há uma ampla divulgação dos órgãos públicos e mídia.

Já o “Janeiro Branco” não. Pouco discutido, mas de extrema importância, merece a total atenção dos órgãos de saúde para que a população saiba que o problema existe, assim como as soluções, mas isso não é realizado, infelizmente.

Janeiro é o primeiro mês do ano. Aquele que acende dentro de cada um a chance do recomeçar e, ao mesmo tempo, nos dá um nó na garganta de não acertar, e aí vem a angústia, a depressão, o medo, a melancolia. Mil sentimentos que mexem com o nosso cérebro e afeta nossa saúde mental. Por isso foi escolhido esse mês para tratar sobre esse problema.

Cuidar da saúde mental e como cuidar de uma diabetes, um problema cardíaco, por exemplo. É ir ao psiquiatra, ao psicólogo, tomar medicamentos para melhorar a qualidade de vida.

A saúde mental é uma das áreas mais negligenciadas da saúde pública. Quase 1 bilhão de pessoas vivem com algum transtorno mental, 3 milhões de pessoas morrem todos os anos devido ao uso nocivo do álcool, tabaco e drogas ilícitas para fugir das dores causadas pelos transtornos mentais.

Uma pessoa morre a cada 40 segundos por suicídio no mundo. No Brasil, a cada 45 minutos uma pessoa se suicida. Muito em parte pela depressão. Um transtorno psiquiátrico silencioso e fatal.

Mas se há esse índice alarmante, qual a razão da mídia não tratar sobre o tema, divulgar dados e ajudar aqueles precisam de tratamento sério para se manter vivos e produtivos? Na minha opinião, há muita hipocrisia nisso tudo.

É dever da mídia e dos órgãos de saúde falarem abertamente do suicídio, pois antes dele ser consumado há um problema psiquiátrico por trás. Então, a hora de trazer esse problema à baila e salvar vidas. E o “Janeiro Branco” acaba passando em branco mesmo.

Telefones úteis relacionados ao tema
  • CVV – Centro de Valorização à Vida – 188
  • Centro de Apoio Psicossocial (CAPS) – 3218-5900
  • Complexo Psiquiátrico Juliano Moreira – 3211- 9800

FABIANO GOMES É COMUNICADOR, EDITOR DO PORTAL FONTE 83

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