Meu universo pomar se incandesceu de maçãs. Como em canto, também uvas enfileiradas. Meu universinho pomar se enverdejou de inverno, propôs mais verde, teceu o laranjal. Veja, moço, como a terra é boa, o negócio vai prosperar em sinfonia. O preço nem está alto, alta é a performance dos coqueiros, água doce para beber e casca exuberante para criar luminárias. Meu universo, alado ou quieto, não sei, mas grande de paz, tanta planta, tanto inseto a se ocupar e trabalhar pelo equilíbrio. Moço, não está alto, já falei. Aqui minha dor é a de não poder mais cuidar, mas as castanheiras contam histórias e os pessegueiros cheiram sonhos. Olha ali, menina. Olha ali, moço, que harmonia brincante das acerolas. Todo um pasto para ser montado, todo um curral para ser aproveitado, ciente para musicar mais. Veja, madeira e palha naqueles galpões. Aqui tantos, tantos, esses anos todos, menina. Subia ali, naquela mangueira, era refúgio, fortaleza, parte de mim enquanto passarinho. Do lado de cá, moço, estas palmeiras. Se quiser, tem flor também. De tão pacífico meu universo, bem-me-quer vai nascendo sem data nem hora, sem medida para a beleza. Então, está certo, mas deixe passar mais um mês. Minha mala está pronta, moço. Falta somente colher a próxima leva daquele limoeiro, que tanto me ouviu. E, se o senhor consentir, pelo menos me arrume uma muda daquela figueira.
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