Eu e o futebol de Cajazeiras (Parte 6)

Chega o ano de 1985 é a hora da inauguração do Estádio Perpétuo Correia Lima e, pela vontade e determinação do então Governador do Estado da Paraíba, após décadas, Cajazeiras estava retornando ao cenário do futebol profissional da Paraíba representado pelo Nacional Atlético Clube de Guarabira (Cajazeiras).

Neste embalo, fui convidado para compor a comissão técnica deste clube como profissional da Educação e desta feita, responder pela Preparação Física do Nacional Atlético Clube e de pronto aceitei o convite, naquela oportunidade entendia ser uma fantástica experiência como um profissional da Educação Física e colaborar com o clube da minha cidade.

Pois bem, neste momento a direção anunciava Mozart como o treinador da equipe. Cá para nós, pensei assim: “Vixe Maria, Mozart, um craque, ele sabe tudo, mas, deve ser um cara chato e logo deverá exigir um preparador físico outro”.

Que nada, ledo engano, Mozart foi uma pessoal fundamental para a minha vida futura, apesar do “gabarito” que tinha pelo futebol que jogou em grandes clubes do futebol brasileiro, mostrou-se como um ser humano daqueles que atualmente temos dificuldade de encontrar, tem mais, sabia como ninguém as “coisas” do futebol, na verdade, fizemos um “par perfeito”.

Disse para ele que apesar de jamais ter assumido a preparação física de um time profissional, a minha experiência foi no Duque de Caxias, podia confiar no meu trabalho e na minha vontade de trabalhar, pois, sempre fui um estudioso do assunto.

O fato é que após um jogo que realizamos em Campina Grande, veio um repórter insinuar a Mozart que os nossos jogadores estavam dopados já que corriam demais e não cansavam. Mozart olhou para o repórter e disse: “Amigo, pergunte aquele rapaz que está ali o que ele deu aos jogadores para eles correrem desta maneira?”. O rapaz a que se referia era eu, mas, ele nem chegou a vir até nós.

No ano 2000, o Atlético convivia com mais um momento de dificuldades extremas, desta feita, recebo em minha residência Gutemberg Cardoso com a história que eu teria que ser o treinador do clube e o seu preparador físico já que não dispunha de recursos para contratar esses profissionais, tem mais, foi logo me avisando que este trabalho seria sem nenhum ônus para o Atlético, mesmo achando a missão dificílima aceitei para ajudar o meu time.

Colaborei e ainda colaboro com o Atlético de forma apaixonada e de gratidão. Hoje a minha missão é a de preservação da história e da memória deste clube que desde 1948 se constitui em um patrimônio da terra do Padre Rolim.

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