“É a economia, estúpido!”

Assim sentenciou o marketeiro de Bill Clinton, James Carville, na eleição presidencial norte-americana de 1992. A brilhante assertiva de Carville mudou os rumos daquela eleição guinando o então obscuro governador do Arkansas, o democrata Bill Clinton, a presidência dos Estados Unidos derrotando o projeto de reeleição do republicano George H Bush que iniciou a campanha surfando numa onda de popularidade de quase de 90% de aprovação do povo americano fruto da estrondosa vitória na Guerra do Golfo no ano anterior.

O arguto e perspicaz marqueteiro democrata percebeu que não era batendo na política belicista e imperialista de Bush que poderia reverter o quadro a favor de Clinton. Foi preciso essa bruta pancada de Caville, que se tornou um case internacional de marketing político, para que ele tivesse aprovação do núcleo duro da campanha de Clinton mudando o foco e estratégia política mirando suas baterias para a claudicante economia americana no governo do republicano que andava em forte crise. Não deu outra. Clinton foi eleito com 43% dos votos.  

É a consagração daquela máxima irrefutável que vaticina: “onde sobra crise falta voto”, comprovando que a política e economia são irmãs siamesas andando par e passo fabricando lideres e destruindo mitos. A crise da Zona do Euro nos mostrou isso com a derrubada de quase os governantes do poder. Na nossa vizinha Argentina, Cristina Kirchner e Mauricio Macri foram varridos do poder com a desastrada política de quebrar a paridade do Peso com o dólar desencadeando uma violenta crise cambial seguida de uma inflação recorde.

Aqui no Brasil não é diferente, há seis meses de um pleito presidencial, entre o ex-presidente Lula e atual Presidente Bolsonaro, extremamente polarizado e lastreado numa guerra ideológica fratricida sem fim, com desdobramentos socioeconômicos imprevisíveis, a natimorta “terceira via” bem que tentou furar a polarização dos dois líderes isolados na disputa, mas o baixíssimo desempenho desses pretensos candidatos nas pesquisas abortou a aventura. Estacionado nas pesquisas em um patamar bem abaixo de Lula, Bolsonaro pode ter a chance, quem sabe, tomar a dianteira do pleito num favorável cenário que já se vislumbra: a recuperação da atividade econômica.

Apesar dos impactos da guerra da Ucrânia e o rescaldo da pandemia o país exibe números animadores: geração de 2,7milhões de novas vagas de emprego em 2021; no último mês de   março  o Brasil registrou a melhor rentabilidade entre 78 bolsa de valores do mundo; a valorização do Real perante o dólar também bateu recorde impulsionada por maciços investimentos estrangeiros no Brasil; dados do IPEA-Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas  já apontam para retomada da economia  no primeiro trimestre do ano com redução da taxa de desemprego em patamar do período da pré-pandemia.

Entendo que a estabilização econômica do País seja a saída, talvez a única, para o capitão Bolsonaro reverter esse quadro adverso, liderar as pesquisas e vencer a disputa. Essa história pode se repetir aqui no Brasil: “É a economia, estupido”!

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