De pessoas e de lugares (2)

Como as saudades vão aumentando e conforme lhes havia prometido, estou de volta com as boas recordações das pessoas e dos lugares que embalaram a minha infância/adolescência e, possivelmente, a de alguns de vocês. Prossigo, portanto, na minha caminhada por vias e calçadas em que via circularem figuras tradicionais de nossa cidade.

Vou em busca da Rua Dr. Coelho. Ali, bem vizinho do Antigo Cinema Cruzeiro, conhecido como cinema de Eutrópio, onde quem fazia a programação eram os cinéfilos, moravam, quando ainda solteirões, os irmãos Emídio e Júlio Barbosa, aqueles que, diariamente, assistiam à missa das seis horas na Igreja da Piedade (hoje, N.S. de Fátima), e ai de quem ousasse ocupar os seus lugares preferidos naquele banco da frente!…

Um pouco mais adiante, após passar em frente à mansão de Sabino (chamávamos de Sabino Barbudo, Sabino da Barbona ou até Sabino Comunista), uma parada obrigatória na Capela de Santo Antônio, para seguir em frente em busca do antigo Posto dos Veados, onde havia um casarão muito antigo, que, segundo reza a lenda, funcionava como abrigo dos morféticos, depois chamados de leprosos e hoje ditos portadores de hanseníase.

Mas vamos retornar, tomando o rumo da Av. Camilo de Holanda, antes cognominada a Rua do Cabaré; lá, mais adiante, divisavam-se duas casas, quase fronteiriças: a do “piloto de teco-teco” Antônio Tomás, e a de Seu Gino e Domelice, este um dos pioneiros do então não proibido “jogo do bicho”; seguindo em frente, damos com o primeiro andar de Nery Diniz, cuja estrutura já não existe mais, ficando até difícil de localizar-se onde ficava – pode-se afirmar, com certeza, que era defronte da atual Honda.

Nesse passeio nostálgico, chega-se ao Cemitério Nossa Senhora Aparecida, de onde se divisava a Capela de Santa Cecília onde, aos domingos, se celebrava a “missa das nove”; por aí se erguia a Usina Santa Cecília que, não me lembro bem por que, conduzem à lembrança do Dr. Adriano Brocos Pires.

Enfim, quero parodiar um texto/música de Guilherme Arantes que diz assim: “Sinto agora que o vento traz coisas de longe de casa, libertando a voz. São lugares perdidos, imagens confusas de tempos que não voltam mais. E pessoas com quem convivi, suas palavras, seus sonhos, seus atos, seus modos de ver a vida.” Tudo são “marcas do que se foi…” e, obviamente, não voltam jamais.

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