Cristo Rei

Eu somente queria que a minha prosa, hoje, fosse como um poema de amor à imagem do Cristo Rei, símbolo material minhas lembranças infantis da cidade/mãe.

Como era bonito contemplar a imagem do Cristo Rei de qualquer ponto da cidade… Dava gosto, sobretudo nas manhãs dominicais, subir a pé o morro íngreme, vencendo a ladeira e os pedregulhos do caminho, passando pela Furna da Onça para, lá de cima, contemplar a cidade acordando… Subíamos aos poucos, pois, obviamente, ainda não havia a estrada nos moldes da que existe hoje, quando se sobe o morro de uma vez só, às pressas, sem que se vá vivenciando a subida do serrote.

Do lado oposto, bem lá de longe, de qualquer lugar e de uma distância razoável, a imagem do Cristo Rei era admirada, superando assim os limites de nossa visão e do nosso entendimento.

Penitencio-me pela visita que não fiz ao morro do Cristo Rei, na recente visita à cidade. Também, já não encontrei os amigos com quem costumava visitar o Cristo Rei: uns já se foram muito cedo; outros, buscando voos maiores, rumaram da cidade para outras paragens, certamente em busca de suas realizações profissionais. Só não sei dizer se, como eu, eles sentem a falta dessas lembranças que a memória me traz.

Mas, nem tudo está perdido! Embora não tenha “carta branca” para me arvorar de porta-voz de quem quer que seja, chegou-me a informação de que o poder municipal – leia-se o Prefeito Municipal, José Aldemir – alimenta a esperança de enfrentar a descaracterização do morro, provocada pela avalanche de antenas que o circulam, fazendo retornar a visão que nos encanta: a imagem doada, com tanto gosto, pelo Sr. Silvino Bandeira, nos já distantes anos de 1939 e que foi inaugurada em 15 de junho daquele ano.

Uma solução sugerida seria a da construção de uma nova e maior imagem que pudesse ser vista de longe por quem chegasse a Cajazeiras. Mas esse é um projeto que esbarra nas determinações legais, uma vez que o monumento atual é tombado pelo IPHAEP.

O Prefeito Aldemir guarda consigo uma solução que me parece viável e exequível: instalar uma grande e única antena que agrupasse as demais, sem ofuscar a visão e as lembranças que o Cristo Rei nos trazia noutros tempos.  Independente de toda e qualquer conotação de natureza política, seria a execução de um projeto que toda a Cajazeiras deveria abraçar.

É esperar e acreditar para ver!…

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