Carta a Gilberto Gil

A sensação é de que, em nosso pais, nos últimos quatro anos a inteligência começa a cair. Vemos gente se orgulhando em agredir quem tem talento. Não sei se por inveja ou porque, na verdade, se orgulham em ser ignorantes. Parece que o mundo está mergulhando na burrice. É esse o sentimento quando vemos a agressão gratuita a você, quando estava em Katar prestigiando a participação da nossa seleção na copa do mundo.

Seus agressores manifestam, indiscutivelmente, um tipo de deficiência mental. Têm cérebros propensos à irracionalidade. Eles praticam a restauração alegre da burrice. E se envaidecem disso. É a tentativa de fazerem o triunfo das toupeiras. Pertencem ao rebanho político dos canalhas. O grande problema é que a burrice é contagiosa, segundo Agripino Grieco, e tem sido muito mais nos anos recentes. Afinal elegeram como líder alguém inculto e anticiência. A burrice no poder chama-se fascismo.

Um homem que persiste no exercício da inteligência incomoda os que não conseguem compreender a sua diferença intelectual. E o que fazem? Partem para as ofensas morais sem qualquer compromisso com a sensatez. São estúpidos, pela ausência de inteligência. Você é gênio e isso incomoda os obtusos. São oligofrênicos incapazes de montarem uma frase com verbo e sujeito. E assim repetem as agressões tão conhecidas desse pessoal que se posiciona contra a democracia. Eles querem que o irrelevante ocupe o centro do mundo. Assim viverão melhor, porque se inserem num caos de valores e contravalores conforme suas compreensões limitadas. São idiotas vacinados contra o conhecimento e o saber. Nada é mais perigoso do que um imbecil persuadido de sua própria normalidade.

Todos os brasileiros querem assinar embaixo da declaração do acadêmico da ABL, Marco Luchesi, quando afirmou: ” Gilberto Gil traduz o diálogo entre a cultura erudita e a cultura popular. Poeta de um Brasil profundo e cosmopolita. Atento a todos os apelos e demandas de nosso povo”. Esses indivíduos fazem parte de uma praga mais nefasta que pode se abater sobre a cultura nacional. Sabe o que eu diria para eles? Os muitos burros que me perdoem, mas a inteligência é fundamental. Mas, com certeza, não entenderiam a mensagem. Fazem parte de um novo grupo social da contemporaneidade em nosso país; os alienados, politicamente analfabetos, integrantes de um rebanho de manipulados. Não têm condições de pensar por si próprios.

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