Ambientalistas e desenvolvimentistas em pé de guerra

O contínuo imbróglio entre ambientalistas e desenvolvimentistas vinculados a órgãos do Governo Federal atingiu esgarçamento máximo com a decisão do Ibama que negou a licença para exploração de Petróleo na foz do Rio Amazonas numa área considerada como o novo pré-sal brasileiro. A medida estabeleceu o confronto direto entre os Ministérios de Minas e Energia e do Meio Ambiente que mais uma vez tem a sua ministra Marina Silva no centro de uma querela ambiental.

No governo Lula 2, a brava Marina foi defenestrada, desse mesmo cargo, com um forçado pedido de demissão imposto pela futura “presidenta” Dilma Rousseff no polêmico episódio da construção da usina hidrelétrica de Belo Monte em Altamira (PA) onde foi acusada de travar deliberadamente os licenciamentos ambientais de obras desenvolvimentistas do governo.  

Será que essa historia vai se repetir? Se for pela licença negada a Petrobras pelo Ibama [órgão diretamente vinculado ao seu ministério] Marina dificilmente sobreviverá ao fogo amigo governamental que pressiona pela liberação da exploração, pois, terá pela frente uma turma de choque desenvolvimentista formada pelo ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, pelo presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, e o seu ex-colega de partido da Rede Sustentabilidade do Amapá que agora, se tornou abertamente seu arqui-inimigo politico, o senador Randolfe Rodrigues.

Randolfe, depois décadas de militância verde resolveu abruptamente virar a casaca para a ala desenvolvimentista, alegando defender benefícios econômicos para o seu estado do Amapá passando apoiar ferozmente a exploração de petróleo na foz do Rio Amazonas. Notabilizado no Congresso Nacional como fabricante e disseminador de falsas narrativas de cunho esquerdista, a espantosa e inexplicável guinada do senador Randolfe não passou despercebida pelos seus ferrenhos opositores como ex-ministro do Meio Ambiente do governo anterior, Ricardo Sales, que em tom sarcástico não perdeu a estocada: “senador, bem-vindo ao time”.

Além do fogo amigo, Marina vai ter que se desdobrar para fazer o contraponto aos argumentos avassaladores dos desenvolvimentistas [se confirmando a viabilidade econômica dos poços a serem perfurados] que a exploração sustentável de petróleo na chamada Margem Equatorial que vai do litoral do Amapá ao Rio Grande do Norte, uma área considerada como uma nova fronteira do petróleo onde repousam 14 bilhões de barris de petróleo tem potencial para atrair investimentos para região na ordem de US$ 56 bilhões até 2027.

Enquanto o nosso presidente percorre o mundo vendendo a imagem de fervoroso defensor da Amazônia, a cizânia entre ambientalistas e desenvolvimentistas ferve nas entranhas do seu governo exigindo um inadiável e claro posicionamento presidencial, sem meio-termo, que desnudará para o Brasil e o mundo quem é o verdadeiro Lula.

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