Campanha da Fraternidade faz convocação para que a fome no Brasil seja vista

Os números que são divulgados sobre a fome que atinge milhões de brasileiros são estarrecedores e este ano a Igreja Católica, volta mais uma vez, a fazer uma reflexão sobre as raízes estruturais e as soluções urgentes para dirimir este triste flagelo.

Não temos ouvido outro assunto, que antes mesmo do novo governo assumir, os políticos fizeram um mutirão para encontrar uma saída, via Congresso Nacional, para aprovar uma medida para que os brasileiros que se encontram em situação de dificuldades alimentares pudessem ter a garantia de um auxilio no valor de 600 reais.  

Imaginemos o que acontece no Leste Europeu: uma guerra entre Rússia e Ucrânia que deve custar US$ 2,8 tri à economia mundial, segundo estimativa da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), em produção perdida até o fim de 2023.

No pior conflito militar no continente europeu desde a Segunda Guerra Mundial, deflagrou um salto nos preços de energia, causou escassez de alimentos e abalou os mercados financeiros globais e até nós, que moramos aonde o vento faz a volta, também fomos atingidos e estamos pagando um preço alto por esta guerra, que serve tão somente às indústrias de armamentos.

Quanto tempo vai durar esta guerra? Talvez, tanto quanto vem durando a fome entre nós, que só acabará quando os homens que detêm o poder tiverem vontade política de resolver.  

Então, neste período de quaresma, a igreja católica cumpre o seu papel de alertar as autoridades para a gravidade em que vivem milhões de brasileiros, quando ela mesma enxerga a discrepância das desigualdades entre os brasileiros e conclama os que têm muito para repartir o pão.

Precisamos por parte do governo de gestos concretos, traduzidos em vontade política e não tão somente de narrativas, de falas e palavras soltas ao vento.

Esta campanha da fraternidade, que conclama o combate à fome, bem que poderia ter sido orientada para ser lançada, em toda a diocese de Cajazeiras, nos bairros mais pobres, em meio ao povo, com a presença de todos e não apenas no inteiro das igrejas, mas envolvendo o povo, para juntos fazer uma reflexão mais profunda sobre este complexo problema.  

A igreja podia ser iguais a aqueles misseis balísticos inteligentes, lançados pela Rússia, contra a população da Ucrânia, que após serem disparados buscam o alvo aonde quer que ele esteja, não para destruir, mas para salvar vidas da fome e da miséria, que assola a nossa rica Nação, que produz alimentos para o mundo todo, mas não vê a quantidade de filhos seus que passam necessidade e fome.

Apenas para refletir sobre a Campanha da Fraternidade de 2023: vocês já observaram alguns índios e índias que aparecem nas telas da TV para denunciarem a fome nas tribos, como são bonitos, fortes, saudáveis e corados?

Espero que este ano a Campanha da Fraternidade obtenha bons frutos para matar a fome de muitos.

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