Cajazeiras está precisando de um novo Chico Rolim?

As comemorações do centenário de nascimento do empresário e político Francisco Matias Rolim, uma das figuras mais emblemáticas da história de Cajazeiras na segunda metade do século passado, jogaram luzes sobre a Cajazeiras do passado e reacenderam as discussões sobre os desafios e as oportunidades da Cajazeiras do futuro.

Nascido na cidade do Umari CE, no ano de 1922, Chico Rolim migrou com a família Matias Duarte Rolim para Cajazeiras aos 10 anos de idade onde cursou até o segundo grau. Na orfandade abandonou os estudos para logo em seguida enveredar na iniciativa privada na área do comércio, indústria e agropecuária que o revelou como um dos mais arrojados lideres empresariais da época. Em Cajazeiras já nos 1960 construiu na Rua Epifânio Sobreira primeiro prédio de três andares da cidade onde instalou uma filial dos Armazéns Paulista carro-chefe do seu conglomerado empresarial com sede no Maranhão.

O talentoso e irrequieto Chico tinha duas grandes paixões que ao longo de toda sua vida não conseguia se desvencilhar: o mundo dos negócios e a política. E foi na política que o umariense entrou para história politica de Cajazeiras como um líder político carismático e um competentíssimo gestor publico de características até hoje inigualáveis.

Foi vereador, deputado federal e prefeito em dois mandatos. Era um visionário, uma figura multifacetada que vivia muito além do seu tempo que demostrava nas suas ações e obras revolucionarias o seu amor incondicional por Cajazeiras. Notabilizou-se por lutar ferrenhamente para carrear e implantar todas as obras estruturantes no município que lançaram as bases para desenvolvimento da Cajazeiras de hoje: criou a Companhia de Eletricidade de Cajazeiras, aposentando o velho “Motor da Luz”; lançou o primeiro conjunto habitacional do município; modernizou a COTEZA- Companhia Telefônica de Cajazeiras substituindo os velhos telefones por aparelhos automáticos; foi o primeiro prefeito a pavimentar com asfalto as principais ruas da cidade, algo inédito em todo interior do estado.

Mas o que consolidou sua marca e o consagrou como um desenvolvimentista foi o fato de antever em dois momentos, há quase 60 anos, que os principais motores do nosso desenvolvimento estavam na educação. No primeiro, conseguiu arrancar junto ao então governador Pedro Gondim a instalação do Colégio Estadual. Cajazeiras ganhava um Colégio e uma estratégica avenida, que dava saída para o estado do Ceará. No segundo momento numa ação firme e determinada adquiriu e doou a UFPB uma área de 25 hectares para a implantação de campus universitário. Chico sentia o cheiro do futuro.

A Cajazeiras de hoje surfa numa gestão operosa do prefeito José Aldemir que quebrou de vez uma máxima da política que vaticina: “um segundo mandato necessariamente é pior que o primeiro”. Zé, além de surpreender como um prefeito eficaz sepultou essa máxima ao reeleger a deputada Paula se consagrando nas últimas eleições como o maior líder político do Sertão paraibano.

Mas a pergunta que não quer calar e que já impera em todas as rodas políticas da cidade é: a quem entregar Cajazeiras no próximo mandato? Ainda não tenho essa resposta, mas tenho a plena convicção que gerir Cajazeiras não é coisa para amador nem muito menos para aventureiros. O que precisamos mesmo é  de um novo Chico Rolim.

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