Biblioteca Castro Pinto

Depois de quase dois anos de ausência por causa da Covid cheguei à minha estimada Cajazeiras. Soube que a Biblioteca Pública Municipal Castro Pinto foi revitalizada e seria, como de praxe, reinaugurada com todas as pompas oficiais. Estive presente nesse evento segunda-feira última, 13/12, pois fui seu usuário assíduo. Inaugurada em 1974, ir à Biblioteca Castro Pinto era um dos grandes prazeres meus e de amigos adolescentes. À noite era um dos points para deleite de leitura de livros, jornais e pesquisas para tarefas escolares do Colégio Estadual de Cajazeiras.

Agora temos o conforto da climatização em vários ambientes. Naqueles idos, como hoje, o calor era intenso, tanto quanto nossos interesses por livros. Tinha livro de Jorge Amado que chegava e tínhamos que entrar na lista de espera de empréstimo.

As enciclopédias Delta-Larousse e Barsa eram o Google de então como fontes de pesquisas. As orientações dos professores eram para que fizéssemos os trabalhos com nossas interpretações do que pesquisássemos. Não se aceitava nada de copiar textos das enciclopédias. Se fosse feito o Ctrl+C e Ctrl+V de hoje, simplesmente teríamos nota zero!

A estrutura física básica da biblioteca ficou intacta, o que faz preservar a história. Do acervo de então foram mantidas muitas obras. A novidade é o espaço reservado para criançada e a sala adaptada para os tempos atuais com computadores conectados à internet. O mundo virtual para pesquisa é a modernidade inevitável.

O grande quadro a óleo “Fundação de Cajazeiras”, pintado em 1964 pelo artista plástico e escritor W. J. Solha, está no corredor da entrada, como sempre esteve. Foi a primeira obra de arte em tamanho grande que vi em minha vida. Para mim, é uma marca registrada da biblioteca.

O criador da Castro Pinto foi o prefeito Antonio Quirino de Moura em sua administração 1973-1977. Presente ao evento, Quirino historiou o motivo da criação da biblioteca. Disse ele que no primeiro dia como prefeito chegou ao seu gabinete e viu um bocado de livros largados numa sala dita como “biblioteca”. No mesmo instante disse que iria construir uma biblioteca para cidade. E assim cumpriu sua palavra, registrando um grande feito.

Como se vai à igreja agradecer promessas alcançadas, toda vez que venho à Cajazeiras vou à Castro Pinto reverenciá-la por ser fonte primária de minha simples formação cultural e de estudo.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Publicações relacionadas
CLIQUE E LEIA

Paçoca de pilão*

Voltei ao Piauí com minha esposa Antonieta e com a prazerosa companhia de José Cavalcanti, Dona Ildinete e…
Total
0
Share