Artes plásticas em Cajazeiras

Cajazeiras tem fama de ser um celeiro cultural regional, com projeção de talentos no plano nacional. E nós, cajazeirenses, estufamos o peito para acreditarmos piamente que essa fama faz jus, sim senhor. Na arte da representação, ih! nem se fala. Nossos atores e atrizes brilham no teatro, no cinema e na televisão. Vide o exemplo atual de nossos atores na novela das dezoito horas da Tv Globo, Mar do Sertão. Dão de lambuja. Na música também. Do clássico Zé do Norte ao saudoso cajazeirado Bá Freire, a lista se estende até os dias atuais em artistas do forró e do pagode. Nem vou citar nomes porque a lista é grande. Como também na literatura, outra riqueza de se regozijar. É chato se reconhecer nesses cenários. Deveria eu ter até um pouco de pudor, mas a vaidade é uma faceta inescapável do ser humano. Bairrismo? Paciência.

Mas o que quero falar mesmo agora é sobre outro segmento. O das artes plásticas, tão secundarizada em relação às demais citadas acima.

Em dezembro último estive em Cajazeiras e visitei o amplo Espaço Cultural Eliézer Rolim, e lá presenciei uma exposição encantadora. São desenhos retratando edificações históricas de Cajazeiras feitas à lápis pelo designer João Braz. Pelo que observei foram desenhados sobre papel vegetal em tamanho grande, de um metro por um metro e pouco, segundo minha ótica. Lamentei por não estarem em molduras. Estavam colados em uma parede formando um painel.

Citar outros artistas plásticos de Cajazeiras? Pois não. Temos Cristina Moura, com veia no pontilhismo, pois já vi vários trabalhos seus por aqui no Facebook; Leonardo Guedes, capista de primeiríssima ordem da Editora Arribaçã; o cartunista Luis Fenando Mifô, com um traço bastante original; e tantos outros que não conheço que estão por aí recolhidos. Conheço um artista plástico cajazeirense com quadros de pinceladas notáveis, mas é tímido. Recusa mostrar sua arte ao público. Respeito sua timidez.

Quanto aos espaços para exposições, além do Espaço Cultural Eliézer Rolim, temos perfeitamente a Biblioteca Pública Castro Pinto, o campus da UFCG, o Centro Cultural Zé do Norte, a Galeria Arribaçã e tantos outros espaços que podem ser utilizados. Até mesmo em escolas e bares com perfil light.

Quanto ao público visitante creio que deve haver maior interação. É preciso frequentar esses espaços com o prazer de como se vai ao boteco, como se ver filmes pela tv, como se usufrui qualquer lazer. Não criem ressalvas, pois as exposições de quadros de artes, desenhos, esculturas… são alimentos visuais e estéticos para iluminar nossas almas. É um bálsamo em nosso espírito.

Sonho um dia ver na Semana da Cidade todos esses espaços apresentando simultaneamente trabalhos de todos esses artistas citados. Seria divino, maravilhoso.

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