Cajazeiras sempre foi pródiga em gerar médicos… Fossem filhos da terra, fossem os oriundi, assim chamados os que, apesar de gerados fora, aqui se criaram e deram início ao desenvolvimento de suas pretensões vocacionais. Hoje, seriam chamados de “cajazeirados”.
Dentre esses, podemos citar os médicos que, por exemplo, optaram por nunca exercerem a atividade – Dr. Juca Peba, ginecologista e obstetra e Dr. Francisco (Chico) Barbosa –; os que, em se formando, exerceram, aqui, em nossa terra, por toda a vida, a sua profissão – Dr. Otacílio Guimarães Jurema, Dr. Deodato Cartaxo de Sá, Dr. Sabino Rolim Guimarães, Dr. Waldemar Pires Ferreira, Dr. João Izidro Pereira, Dr. Epitácio Leite Rolim, Dr. Francisco Iramirton Braga, Dr. Ivan Cavalcanti, Dr. Ricardo Coelho, Dr. Sabino Rolim Guimarães Filho.
E ainda outros que, por razões que carregam consigo mesmos, rumaram para centros maiores: Dr. Celso de Matos Rolim, Dr. José Guimarães Jurema, Dr. Fassis (Francisco de Assis), Dr. Francisco Iemirton Braga, Dr. Hélder Alencar, Dr. Lino Antônio Cavalcanti, Dr. Orlando Gomes de Oliveira, Dr. Inácio Leite, Dr. Rafael e Dr. Luciano Holanda, Dr. Edival Batista, Dr. Rildo e Dr. Valderi Claudino, Dr. José Moreira, Dr. Edgley e Dr. Érson Maciel e muitos, muitos outros, além do Dr. Gilvandro Assis, médico gastroenterologista, cujo desenlace ocorreu, na Capital paraibana, há poucos dias (em 11 de abril).
Este era filho (nasceu em 4 de setembro de 1924) do agropecuarista José (Zé) Assis e de dona Maria da Silva Assis, naturais do antigo São José de Piranhas (exatamente do trecho onde se localizava o centro da cidade, hoje o nosso “açude de Boqueirão”).
O casal veio morar em Cajazeiras, naquele belo casarão, situado na esquina da Rua Pe. Manoel Mariano com a atual Praça Cel. Emílio Cartaxo (antiga Praça da Indústria, onde se localizava a “feira de animais”). Quando o casal veio morar em nossa cidade, o garoto Gilvandro contava seis anos de idade, isso em 1930, a fim cursar o Primeiro Grau, ingressando depois no Colégio Salesiano Padre Rolim.
Nos anos 40, foi estudar no tradicional Colégio Carneiro Leão, no Recife, onde se preparou para o vestibular, logrando alcançar vaga para a então já consagrada Faculdade de Medicina do Derby.
Junto com ele, ou seja, em sua turma, formaram-se vários expoentes da medicina paraibana e nordestina, como Dr. Vanildo Pessoa e sua esposa Drª. Maria de Lourdes Britto Pessoa, Dr. Aluízio Pereira (filho do conhecido político José (Zé) Pereira, famoso nos episódios da Revolução de 30); os pernambucanos Dr. Perseu Lemos e Dr. Luiz Ataíde; Dr. Vanildo Sebastião de Albuquerque Melo; e o médico cearense Dr. José Holanda Montenegro, clínico-geral, pai do meu amigo José Hilton Montenegro, e do Dr. Hélder Montenegro, este fundador e franqueador da ITC-Vertebral, em todo o País, já com ramificações em Portugal, sendo esta considerada a melhor franquia do Brasil.
Mas, voltando ao Dr. Gilvandro: exerceu cargos de relevância em sua área, como, Coordenador da Clínica Médica do Hospital Pedro II (Rio de Janeiro): Clínica Médica e Gastroenterologia, em São Paulo; na Paraíba, dedicou-se ao magistério e à sua Clínica Médica, em sua especialidade; foi Professor Assistente da primeira cadeira de Clínica Médica e, posteriormente, Professor Adjunto, junto à UFPB; presidente da Comissão de Pesquisa do HU – Hospital Universitário; coordenador da disciplina de Endocrinologia; contribuídor social da Santa Casa de Misericórdia, adesa ao Hospital Santa Isabel. Era, assim, um verdadeiro médico, dedicado à ciência de Hipócrates.
E ainda lhe restava tempo para dedicar-se à família: esposa Jandira e filhos Fernando Antônio, Maria Alice, Tânia e Kátia. Um seu irmão, Dr. Hildebrando Assis, marcou época na jurisprudência e nas atividades culturais de nossa terra.
Por fim, ficam, então, registradas as nossas homenagens a tão nobre família “cajazeirada”.
