A Era Dunga

Mesmo tendo vencido muitos amistosos, a eliminação da Copa América pode custar à cabeça do treinador. Não estamos nem perto de digerir o atropelamento da nossa Seleção na Copa no nosso país e tome frustração de novo. A hora de começar um trabalho com filosofia nova deveria ser agora, antes do início das Eliminatórias, em outubro.

Dunga foi uma solução tirada da cartola de Marin e Del Nero ainda no calor das humilhações dos 10 a 1 (Alemanha + Holanda). Uma precipitação absurda quando deveríamos ter tido uma reflexão sobre o estágio em que se encontra nosso futebol e as razões das derrotas. Nada disso foi feito. Ou mudamos logo de rumo ou vamos seguir penando!

A oportunidade é de vencer a resistência e contratar um treinador capaz não somente de treinar bem a Seleção, mas principalmente de influenciar toda a cadeia de formação de jogadores por aqui. Precisamos resgatar a qualidade do nosso jogo, priorizando a técnica e não a força. Voltar a formar jogadores de meio campo e não somente volantes e defensores.

Como já exclamamos por aqui, o Brasil optou por copiar os defeitos do futebol europeu a partir da derrota de 1982. Não copiou o lado da organização, com suas ligas profissionais e campeonatos cada vez mais organizados e atraentes. Eles aproveitaram e copiaram o jeito técnico e de toque de bola que era a marca do futebol brasileiro, o decantado Jogo Bonito. Não vejo no Brasil um treinador capaz de promover esta profunda mudança. Marin e Del Nero recusaram a oferta de Pep Guardiola de vir treinar a Seleção antes da Copa. Não só perdemos, mas em nenhum momento construímos algo novo e que possa servir de base agora.

É preciso entender o que aconteceu e querer mudar. Del Nero tem agora a chance de realmente fazer algo de novo! O futebol pode ser o farol da  mudança. Só se fala em crise, não importa o ambiente. Crise na economia, crise na política, crise de emprego, crise de descontrole da inflação e por aí vai. A nossa economia precisa de ajustes. Já a política, não há ajustes que resolva. Precisamos mesmo de uma refundação, uma reforma de sistemas e de método. Até porque tem a crise do futebol, no mundo, no Brasil, e isto já é bastante para ocupar estas exclamações. Mas será que podemos conectar estas crises, a do país e a do futebol?

Entendo que sim, pois é a mesma estrutura coronelista que é usada tanto na política quanto no futebol. A CBF é como o estado, ou o setor público, no nosso país. Centraliza o poder, arrecada ao máximo e distribui benesses aos que estão próximos do poder. Seja ele o governante ou o presidente da CBF. O país é muito grande e muito complexo. Vai mudar devagar, se trabalharmos direito e por muitos anos. Já o futebol, pode ser o nosso laboratório na construção de um novo país. Mudando as práticas no futebol, podemos sonhar!

Risco – A julgar pelas observações feitas em competições como a Copa do Mundo 2014 e a Copa América 2015, a seleção brasileira que até então foi a única que teve participação em todas as edições de Copa do Mundo, corre um sério risco de ficar de fora desta competição em 2018, isso, pelo que o Brasil vem demonstrando de campo. O certo é que a serie de vitórias conquistadas pelo treinador Dunga em jogos amistosos contra seleções fraquíssimas apenas iludiu o torcedor brasileiro. Lembrando que as eliminatórias são apenas quatro vagas para os países sul americanos e aquela quinta vaga da repescagem foi abolida pela FIFA. Logo…

Caindo – O Botafogo da Paraíba empatou com o Águia de Marabá pelo brasileiro da Série C, 2 a 2, e caiu mais uma posição, agora é o sexto colocado, lembrando que apenas os quatro primeiros passam a fase seguinte e os dois últimos ficam rebaixados para a Série D em 2016 . O jogo na casa do adversário teve 30 minutos de futebol vistoso onde aconteceram os quatro gols, depois os times pisaram no freio. Na próxima rodada o Belo recebe o Icasa de Juazeiro do Norte que é sério candidato ao rebaixamento, o jogo será em João Pessoa no Almeidão.

BOLA DENTRO – Para Euller. O garoto de São José de Piranhas, com passagem pelo Sambatuck será um dos jogadores da Seleção Sub 20 do Brasil no Pan. Esse merece a NOTA 10!

BOLA FORA – Para a participação mais medíocre de uma seleção brasileira em termos de Copa América em todos os tempos. Esse timinho que chamamos de seleção é a cara de Dunga. Sem graça. Essa seleção é digna de uma NOTA 0!

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