Cortadores de cana deixam o sertão da PB em busca de sonhos na cana-de-açúcar no sul da Bahia

O drama secular da migração nordestina se repete: centenas de homens do Alto Sertão da Paraíba, cansados da escassez de oportunidades em sua terra natal, partiram em busca de um futuro melhor nos canaviais do sul da Bahia.

Na sexta-feira (12), ao menos 200 cortadores de cana deixaram para trás suas cidades – São José de Piranhas, Monte Horebe e Conceição – rumo ao destino incerto, mas com a esperança de dias mais prósperos. Durante cerca de oito meses, trocarão a aridez do Sertão pelo suor do trabalho árduo nas plantações baianas, com a promessa de um retorno para casa no fim do ano com o bolso mais cheio.

A cena se repete: na semana anterior, outros dois ônibus partiram da mesma região, levando consigo mais sonhos e esperanças. A cada ano, a história se reescreve, com homens e mulheres deixando para trás famílias, amigos e a vida que construíram para perseguir a ilusão de um futuro melhor.

É com aperto no coração que se despedem daquilo que lhes é mais familiar, mas a necessidade os impulsiona. A dura realidade do Sertão, com suas terras áridas e a falta de oportunidades, os força a buscar alternativas de sustento em terras distantes.

Longe de casa, a jornada é árdua: cerca de nove horas de trabalho extenuante sob o sol escaldante, na esperança de um salário digno que lhes permita enviar um pouco de dinheiro para os que ficaram. A vida nos canaviais é dura, mas para muitos, representa a única chance de sobreviver e oferecer um futuro melhor para seus familiares.

A cada ano, o ciclo se repete: a migração, a luta pela sobrevivência, a saudade da terra natal e a esperança de um dia retornar com a vida transformada. É um drama que se perpetua, um retrato da desigualdade social e da falta de oportunidades que assola o Nordeste brasileiro.

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