Terezinha Pereira: professora, compositora, cantora, poetisa, escritora, artesã

TEREZINHA PEREIRA DA SILVA

* São João do Rio do Peixe (PB), 06/03/1944
+ Cajazeiras (PB), 04/09/2021

Terezinha Pereira da Silva nasceu no Sítio Aroeira, município de São João do Rio do Peixe (PB). Filha de Antônio Pereira da Silva e Maria Joana Batista, família composta por oito irmãos: Bidu, Engraça, Santa, Cirilo, Joaquim, Chagas, José e João.

Foi alfabetizada por seu irmão Chagas Pereira. Quando eram crianças, todos os dias ela e seus irmãos, se reuniam debaixo da latada, perto de casa, o chão era o caderno, os gravetos das plantas da caatinga transformavam-se em lápis. Iam rabiscando o chão e a madeira da latada, escrevendo e desenhando. E foi assim que ela e seus irmãos Bidu, Cirilo e Engraça aprenderam a ler. Sem caderno e sem lápis, mas tiveram a força de vontade e seu irmão disposto a ensinar.

Na adolescência a família mudou-se para Cajazeiras, onde ela pôde iniciar seus estudos em uma escola formal, no Colégio Estadual. Posteriormente, seu irmão Chagas deu todo o incentivo e financiou sua formação no Colégio Nossa Senhora de Lourdes, onde formou-se professora. Anos depois ingressou na Universidade Federal da Paraíba, fazendo parte da primeira turma do Curso de Geografia, tornando-se a primeira da família a ter graduação.

Atuou como professora no antigo e extinto Mobral, nas redes Municipal e Estadual de Ensino, em Cajazeiras. Passou a maior parte da sua vida profissional alfabetizando crianças na Escola Sinhazinha Ramalho, no Bairro Pôr do Sol, nona Norte da cidade. Um dos seus últimos trabalhos em sala de aula, antes de sua aposentadoria, foi a composição de músicas, para que as crianças aprendessem “Português Cantando.”

Era admirada e querida pelos seus alunos, ex-alunos e seus familiares, pela sua ética, dignidade e forma igualitária a qual tratava todos. As professoras Evandra Prazeres e Marluce de Oliveira acompanharam todo esse processo. Eram colegas de trabalho e amigas inseparáveis.

Aposentou-se, mas vivia suas inquietações, entre elas: transitava no meio artístico-cultural, uma amante da arte.

Era apaixonada pela Zona Norte da cidade, local em que residia, inclusive um dos seus cordéis relata o crescimento dessa parte da cidade. Durante algum tempo abriu um ateliê. Nele havia bonecas de pano, CDs e literatura de cordel, além de outros objetos. Todos que visitavam o espaço, não saiam de lá sem levar dela um belo sorriso e conversa.

Em seus últimos anos de vida, uma das coisas as quais apreciava fazer, era se reunir todas as manhãs com seus três irmãos Engraça, Bidu e Cirilo para tomarem café e ficarem conversando, rindo e recontando histórias antigas. Ela era uma contadora de histórias nata! Habitualmente ficava na calçada batendo papo com as vizinhas Ana Dino, Edneide, Nilda e Fatoca, que se tornaram membros da família pelo tempo de convivência – mais de 40 anos.

Casou-se, não teve filhos, mas foi amada e muito bem cuidada, em todos os momentos da sua trajetória, especialmente por seus sobrinhos Luzia, Francisco, Socorro, Aldeni e Ana Beatriz, que a acompanharam incansavelmente em seus últimos dias de vida.

Foi uma mulher à frente do seu tempo, carregada de coragem e determinação. Venceu barreiras sociais e raciais, não aceitava limitações. Tornou-se professora, compositora, cantora, poetisa, escritora, artesã, entre outras habilidades.

Foi uma mulher genial, indefinível em palavras, pelas imensas qualidades as quais trazia como ser humano e profissional. Deixou um grande legado, meu exemplo de mulher a ser seguido.

COM INFORMAÇÕES DE PÉROLA NEGRA, SOBRINHA DE TEREZINHA PEREIRA

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