Rua Padre Ibiapina

Pequena rua existente nas proximidades do Colégio Diocesano Padre Rolim. Sua formação vem do início do século passado como conseqüência natural da expansão urbana da cidade, servindo como via de acesso ao bairro, popularmente, denominado de Alto do Cabelão.

Já no início do século XIX, existia, ali, algumas casas construídas em frente ao prédio da Casa de Caridade do Padre Ibiapina, que foram edificadas, na década de sessenta do século XIX, no mesmo local onde o Padre Rolim, alguns anos antes, havia iniciado a construção do seu colégio, paralisada por dificuldades financeiras.

Com o fechamento da Casa de Caridade, aquele prédio serviu de quartel à companhia de Polícia Militar, sediada em Cajazeiras e, a partir de 1929, abrigou o Colégio Diocesano Padre Rolim, cumprindo-se, assim, a sua predestinação histórica.

O velho prédio, construído pelo Padre Ibiapina, passou por substancial reforma em sua velha estrutura, graças ao dinamismo de D. João da Mata Andrade e Amaral, dando-lhe um aspecto moderno e majestoso, com dois pavimentos destinados à sua nobre atividade.

A presença histórica do Padre Ibiapina, naquele local, tem justificado a escolha do seu nome para patrono daquela ruazinha, onde, nos anos quarenta, João Claudino Fernandes (Seu Joca), como modesto comerciante, dava início à formação do grupo econômico que se expande, atualmente, pelos Estados do Piauí, Maranhão e São Paulo, sob a Direção dos seus filhos João e Valdecy Claudino.

O Padre José Antônio Maria Ibiapina nasceu no sítio Morro de Jaibara, município de Sobral, Ceará, a 5 de agosto de 1806. Era filho de Francisco Miguel Pereira Ibiapina e Teresa Maria de Jesus. Com a criação do Curso Jurídico de Olinda, passou a freqüentá-lo, bacharelando-se em 1832, como integrante da primeira turma da gloriosa faculdade da qual foi professor. Ingressou na magistratura como Juiz de Direito de Quixeramobim, no Ceará, cuja província representou como Deputado Geral, nas legislaturas de 1834 / 37. Foi advogado, em Pernambuco, com destacada atuação na Paraíba. Resolvendo, depois, ingressar no sacerdócio, teve sua ordenação facilitada pelo Bispo D. João Marques Perdigão, que lhe dispensou as exigências estabelecidas para concessão das ordens sacerdotais. Ao ser ordenado sacerdote a 26 de julho de 1853, foi nomeado Vigário Geral. Foi Provedor do Bispado e professor do Seminário de Olinda. Em seguida, iniciou o seu fecundo apostolado, percorrendo os sertões nordestinos como missionário, fundando numerosas Casas de Caridade, entregues às religiosas, por ele recrutadas em sua missão apostolar. Faleceu, em Santa Fé, município de Pilões, a 19 de janeiro de 1883.

DO LIVRO ‘RUAS DE CAJAZEIRAS’, DE DEUSDEDIT LEITÃO

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