Rua Joaquim de Souza

Localizada no trecho mais antigo da cidade, a Rua Joaquim de Souza foi adquirindo estrutura urbana, em conseqüência da expansão da Praça da Matriz. Os mais antigos explicam que o seu nome adveio do benemérito cajazeirense Joaquim de Souza Rolim, irmão do Padre Rolim que, tendo sido um dos primeiros moradores daquela artéria, seu nome ia sendo indicado como referência da rua em que morava. O batismo popular foi depois consagrado pela edilidade que oficializou a denominação da rua, uma das primeiras, na formação urbana da antiga povoação.

Em 1858, com a criação da primeira feira semanal da povoação, em frente à capela de Nossa Senhora da Piedade, passou esse trecho a ser conhecido como Rua da Feira. Essa denominação, nos anos setenta do século XIX, foi alterada para Rua da Feira Velha, em virtude da construção do Mercado Público e conseqüente mudança da feira para aquele local que, embora fosse um prolongamento da rua Joaquim de Souza, conservou a antiga denominação, até o primeiro decênio do século passado e ainda é citada por alguns cajazeirenses mais saudosos, com a prosaica denominação de Rua da Feira Velha, apesar da oficialização do nome de Joaquim de Souza, em toda sua extensão, compreendida pelo trecho que vai da Praça Cristiano Cartaxo à Rua Coronel Guimarães.

O arrolamento das casas da cidade, realizado em 1890, para efeito de cobrança do imposto predial, cita as duas ruas de forma distinta, dando 15 prédios para a Rua da Feira Velha e 13, para a Rua Joaquim de Souza, num total de 28 casas,  número expressivo para a época, considerando-se que toda a cidade contava, apenas, com um total de 290 prédios. Isso notificava o índice de importância daquela rua, justificado, talvez, pela sua localização e desenvolvimento comercial, decorrente da feira ali instalada, em 1848, por iniciativa do Padre Rolim, coadjuvado por Vital Rolim e Sabino Coelho.


Joaquim de Souza Rolim foi o primeiro escrivão do Juizado de Paz de Cajazeiras, criado pela Câmara Municipal de Sousa, logo após a Lei de outubro de 1828 que, ao dar organização aos municípios do Império, atribuiu às Câmaras Municipais a faculdade de criar distritos de paz, nas povoações de suas circunscrições. Foi ele, pois, o primeiro a exercer, em Cajazeiras, atividades cartoriais.

DO LIVRO ‘RUAS DE CAJAZEIRAS’, DE DEUSDEDIT LEITÃO

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