O último cigarro

DIRCEU GALVÃO

Certa vez, ali pelas cercanias da Praça João Pessoa, numa segunda-feira quente, em torno de pessoas que comentam as estripulias do fim de semana, Pedro Revoltoso comandava a ‘móia’. Todos queriam ouvir as suas estórias, suas tiradas humoradas e suas boas respostas às perguntas impertinentes. Imaginem uma roda com gaiatos do naipe de Olivan Big Boy, Nenen Labirinto, Nêgo Riba, Wilson Moreno, etc.

No melhor da conversa, eis que o puro e inocente João Robson pede a Pedro Revoltoso um cigarro. Tava com uma vontade danada de fumar!

O pedido – no meio de estórias hilárias – quebrou o clima da gaiatice. E Pedro não gostou nadinha da interrupção!

Pedro Revoltoso pega a carteira no bolso da camisa, tira o cigarro pedido e amassa a embalagem vazia. Era o seu último cigarro!

E João Robson viu que era o último cigarro. E não quis aceitar a oferta. Considerava uma ‘desfeita’ fumar o último cigarro da carteira de Pedro.

Só que João Robson gosta de ‘arrudear’. E tome desculpa! Pedro ficou com o braço estendido e o cigarro na mão em direção ao ‘pedinte’. E João Robson: “- Não, Pedro, eu não posso aceitar. É teu último cigarro, é sacanagem, pode ficar com ele”.

E Pedro: “- Tome, rapaz, você não quer fumar? Pegue, pode pegar!”

E João Robson: “- Não, Pedro, assim não quero. Não posso deixar você sem cigarro. Só tem um? Quero não!

Esse muído chateou o nosso Pedro Revoltoso. Por isto quando João Robson disse “- eu não quero porque você só tem um cigarro”, Pedro respondeu na bucha: “E quantas bocas tu tem, menino??!!”

DIRCEU GALVÃO É ADVOGADO E PUBLISHER DO BLOG SETE CANDEEIROS CAJÁ

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