O tira-gosto amaciado

O Bar do Genésio funcionou por quase 50 anos no centro de Cajazeiras. Reuniu uma fauna que apreciava um aperitivo acompanhado – ou não – dos indefectíveis petiscos. Era lá que o ex-deputado estadual Bosco Barreto se esbaldava na “manzuazinha”, uma lapada de cachaça para espairecer.

Certa feita, pra tira-gosto, conta o padeiro Rivelino Martins, testemunha ocular do fato, Toinho do Batalhão trouxe uma iguaria chamada Procon – um couro de toucinho, duro de quebrar os dentes. Pediu uma cachaça e gastou meia hora com o primeiro pedaço do petisco na boca. Remoeu, chupou, desistiu e o devolveu ao prato.

Chico Barbeiro veio afogueado da barbearia que funcionava próxima, no Calçadão da Rua Tenente Sabino, pediu uma cana e botou o mesmo petisco na boca. Conseguiu mastigar para engolir, mesmo se queixando da dureza do couro.

Foi aí que Toinho não se aguentou: “Assim fica bom; eu já mastiguei esse pedaço por meia hora, deixando ele bem amaciado…”

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