Ferreirinha e as galinhas de Eudes Cartaxo

Há alguns anos, um tradicional grupo de amigos estava reunido no Bar do Genésio, no Calçadão da Rua Tenente Sabino. Conversa vai, cerveja vem, e o saudoso agente fiscal Eudes Cartaxo pediu ao indefectível Ferreirinha que fosse até um simpático bar no Cristo Rei encomendar duas galinhas pro almoço, que seria dali há pouco, depois da cervejada.

Ferreirinha subiu na sua possante bicicleta e foi dar no Cristo Rei para cumprir o mandado. Como já se aproximava o meio-dia, Ferreirinha, com algumas cachaças acima do tolerável, resolveu comer logo a sua parte do pedido e traçou metade de uma penosa e pediu pra colocar a outra metade numa quentinha, pra levar pro seu cachorrinho. Bucho cheio, Ferreirinha meteu o pé na estrada, direto para a sua mansão na Rua João Moreira, onde caiu em comatoso sono profundo.

Logo após o meio-dia, chegam Eudes Cartaxo e a confraria do Calçadão no restaurante do Cristo Rei, onde são recebidos festivamente pelo proprietário, que, percebendo a fuleiragem de Ferreirinha, tratou de se apressar e servir logo a esfomeada turma – que se fartou e não percebeu a falta de metade do pedido.

Ao chegar a conta, a surpresa: duas galinhas na nota e os ossos de apenas uma na mesa. Só aí Eudes Cartaxo percebeu a molecagem de Ferreirinha. Elegantemente sacou o talão de cheques, pagou a despesa, não sem antes soltar uma gostosa gargalhada acompanhada de um sonoro palavrão dedicado à Ferreirinha. Coisas de Cajazeiras…

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