Desembargador Amaro de Lira e César

AMARO DE LIRA E CÉSAR

* Cajazeiras (PB), 21/04/1903
+ Recife (PE), 29/12/1989

Amaro de Lira e César, nasceu na sobra da Serra da Arara, no Sítio Catolé, em 1903. Filho do pequeno agricultor Manoel Joaquim de Lira e Raimunda Maria de Lira, aprendeu as primeiras letras com o pai e, só aos 13 anos, começou a estudar na escola do professor Crispim Coelho.

Em 1915, ano de uma grande seca no sertão da Paraíba, depois de uma caminhada de onze dias, retirou-se com a família e foi escapar no município de Campina Grande, no Planalto da Borborema, retornando já em 1916, com as primeiras chuvas.

Entre os anos de 1916 e 1920, realizou o Curso Primário e foi aluno do professor Crispim Coelho e nos anos de 1921 e 1922, trabalhou como caixeiro na Farmácia Confiança, de Dr. Aprígio Sá, aguardando uma oportunidade para continuar os estudos na capital do estado.

Neste período exercitou a sua veia poética escrevendo e publicando poemas, como é da tradição cajazeirense, chegando a publicar em jornal do Rio. Recebeu de seu amigo Cristiano Cartaxo “a mais profunda influência: vem daí sua predileção pelo verso alexandrino”, como afirmou sua filha Ana Maria César, no livro Lira e César, Juiz de Caruaru.

Em 1923, começou a estudar no Liceu Paraibano e já em 1926 se tornou aluno da famosa Faculdade de Direito do Recife, quando colou grau em 16 de dezembro de 1930. Neste mesmo dia, foi nomeado Promotor da Comarca de Limoeiro (PE) pelo Interventor Federal no estado, Carlos de Lima Cavalcanti. Em 1933 foi designado para Gameleira e em 1934 foi transferido para Garanhuns.

Em 1935, fez concurso para juiz de direito, foi aprovado em primeiro lugar e escolheu a comarca de São José do Egito (PE), onde permaneceu até 1938, quando foi comissionado para o cargo de juiz corregedor no estado de Pernambuco.

Em 1951, no dia 11 de agosto, assumiu a comarca de Caruaru, onde desenvolveu uma intensa atividade jurídica, social e religiosa, além de se tornar catedrático da Cadeira de Direito Civil da Faculdade de Direito de Caruaru.

No dia 27 de maio de 1963, tomou posse como desembargador no Tribunal de Justiça de Pernambuco e em junho de 1964 foi homenageado em sua terra natal, com uma aposição de seu retrato no salão nobre do Fórum de Cajazeiras. Lamentavelmente, quando o fórum foi transferido para o Centro Administrativo, no governo de Ivan Bichara, o retrato de Amaro de Lyra e César não acompanhou a mudança e se desconhece o paradeiro do mesmo.

Em 1967, no dia 9 de janeiro, tomou posse como presidente do Tribunal de Justiça de Pernambuco para, em outubro de 1969, requerer aposentadoria e passar à inatividade.

Duas facetas da atuação como magistrado merecem registro: seriedade e retidão de caráter que fez dele juiz  corregedor durante muitos anos, e a dedicação a crianças e adolescentes pobres. Com efeito, como juiz de Menores de Caruaru, construiu o Abrigo Dom Bosco, entidade que prestou serviços inestimáveis àquela cidade, e do qual cuidou, com a ajuda de sua esposa Áurea Ventura, (sousense, irmã do oftalmologista famoso Altino Ventura), com o desvelo de pai amante.

Lira e César presidiu, com lisura, o inquérito que apurou os fatos envolvendo o assassinato, em 1957, do bispo Expedito Lopes pelo padre Hosana de Siqueira, em Garanhuns. O relato do caso acha-se em livros recentes. Um, (A Bala e a Mitra ) da escritora Ana Maria César, e o outro, (A Confissão do Padre Hosana)  da jornalista Taíza Brito, ambos da Edições Bagaço, do Recife. 

Amaro de Lira e César faleceu aos 86 anos de idade, em Recife, no dia 29 de dezembro de 1989.

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