A dama de ferro Marilda Sobreira

MARILDA SOBREIRA ROLIM

* Cajazeiras (PB), 24/08/1914
+ João Pessoa (PB), 13/04/2009

Faleceu no dia 13/04/2009, na cidade de João Pessoa, a cajazeirense Marilda Sobreira Rolim, nascida em 1914 e completaria no próximo dia 24 de agosto, 95 anos de idade. Era a parenta, até então, mais próxima do Padre Rolim, já que seu pai, Epifânio Gonçalves Sobreira Rolim, nascido em 11 de agosto de 1864 e falecido em 21 de setembro de 1937, era sobrinho do Padre Rolim. A mãe de Marilda era Saturnina Sobreira Bastos, nascida em Iguatu, no estado do Ceará, em 30 de julho de 1882 e faleceu em 14 de agosto de 1933.

Marilda foi casada com Nelson Nogueira Rolim, era um industrial e considerado um homem muito inteligente e que fez militância política na década de 50 e foi eleito vereador, pelo UDN, com 349 votos, quando o eleitorado de Cajazeiras era 8.910 votantes e nesta eleição 3.422 eleitores deixaram de comparecer às urnas e foram apurados 5.488 votos que elegeram Otacílio Jurema como prefeito de Cajazeiras.

Marilda era um dos maiores símbolos das Mulheres do Oeste, inteligente, lúcida, destemida e tinha uma qualidade que fazia questão de expor com todas as forças do seu coração: um inigualável amor por Cajazeiras e uma defensora extremada do patrimônio de sua terra.

Agropecuarista, com uma fazenda no Sítio Serrote, nela reergueu no local onde era a capela que Padre Rolim rezava, uma outra, para celebrar, todos os anos, no dia 22 de agosto, o aniversário de nascimento do Padre Rolim, uma missa, sempre presidida por um outro parente o Padre Raimundo Honório Rolim.

Era uma amante da História de Cajazeiras e sempre escrevia artigos especiais para o Gazeta e estava preparando a publicação de dois livros sobre nossa história, que a família está se comprometendo em dar continuidade ao trabalho até sua edição final.

Adorava falar sobre política e nasceu para fazer oposição. Parece que não se sentia bem ao lado do poder, um traço da sua inquietude em querer tudo funcionando a tempo e à hora com transparência e honestidade.

O corpo de Marilda foi velado no Memorial São Sebastião, logo após o translado da cidade de João Pessoa, onde foi celebrada uma missa pelo seu grande amigo Padre Raimundo Honório Rolim. Nesta ocasião usou da palavra o professor José Antonio de Albuquerque, um dos grandes admiradores da escritora, quando na oportunidade leu uma crônica escrita pelo cajazeirense Francisco Sales Cartaxo, publicada pelo Gazeta e teceu elogios a admirável cajazeirense. Na manhã do dia seguinte, o professor e advogado João de Deus Quirino cantou, com sua voz de barítono, uma Ave-Maria, que comoveu a todos que estavam presentes.

O corpo de Marilda foi sepultado no Cemitério Coração de Maria às nove horas da manhã, do dia 14, sendo acompanhado por familiares, amigos, autoridades e admiradores. As orações finais e encomendação do corpo foram realizadas pelo Padre Paulo Henriques da Fonseca, do clero da Diocese.

Marilda foi e continuará sendo um dos símbolos mais representativos da História de Cajazeiras e a marca mais forte da presença da mulher na sociedade sertaneja e deixa uma grande contribuição na vida social, cultural, religiosa e educacional da terra do Padre Rolim.

JOSÉ ANTONIO DE ALBUQUERQUE PARA O GAZETA DO ALTO PIRANHAS

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