[2004] Carlos Antônio avalia resultados da campanha eleitoral e fala sobre seus novos projetos

ENTREVISTA

O Sr. Conseguiu se reeleger prefeito de Cajazeiras enfrentando, praticamente, todas as forças políticas em atividade no município. Que análise o Sr. faz desta campanha?

Eu sempre disse que esta seria uma campanha plebiscitária, no sentido de que os cajazeirenses iriam optar entre o estilo administrativo implantado por nós, a partir da renovação 100%, de muito trabalho, muitas obras, de projeção do município de Cajazeiras no cenário político/administrativo do Estado e do Nordeste, ou a opção do passado, do retrocesso, dos salários atrasados, da inércia administrativa, da preguiça, das contas rejeitadas, dos acordos espúrios e foi o que aconteceu. Juntaram-se 03 ex-prefeitos, que também foram deputados – Vituriano, Epitácio e Quirino, a ex-deputada Zarinha, o atual vice-prefeito, Pe. Francivaldo, o Partido dos Trabalhadores, entre outros segmentos e partidos políticos, apoiando o nosso concorrente, Léo Abreu e o povo de Cajazeiras foi muito generoso nos dando, contra tudo e contra todos, uma maioria de mais de três mil e quinhentos votos.

Nas grandes cidades do Estado, faltando a definição de Campina Grande, só Cajazeiras deu esta vitória maiúscula ao PSDB. Isto teve alguma relação direta com a avaliação administrativa do governador Cássio Cunha Lima?

Não, de forma nenhuma. Esta campanha não avaliou o governo Cássio ou o governo Maranhão. Os eleitores se voltaram muito para a questão local, para o projeto mais viável, para a continuação daquilo que está dando certo. No meu entendimento a derrota de alguns candidatos do PSDB se deu mais em função do candidato que disputou a eleição e não da avaliação do desempenho do prefeito que estava apoiando e já havia cumprido dois mandatos. Nestas eleições, o que se observa numa primeira análise é o desencanto dos eleitores como o modo petista de governar, pelo, menos em nosso Estado.

O Sr. deu duas grandes vitórias ao governador Cássio, em Cajazeiras, na eleição de 2.002, agora emerge das urnas com quase 17 mil votos e uma vitória importante para o partido do governador no contexto da política estadual – O Sr. acredita que estes fatos devem resultar numa maior atenção do governo estadual para com os pleitos de Cajazeiras?

O governador Cássio já tem nos ajudado muito, dentro daquilo que foi possível até agora, diante da situação financeira do Estado. Agora mesmo, estamos pavimentando várias ruas, estamos investindo mais de três milhões de reais em saneamento básico através do programa Boa Nova, entre outras ações. É claro que a população sempre quer mais investimentos e nós vamos cobrar do governador. Cássio é tratado com muito carinho pelos cajazeirenses e é importante que este carinho seja retribuído em obras, ações e serviços.

Durante esta campanha, os seus adversários fizeram, através do guia eleitoral, diversas denúncias contra sua administração. Que resposta o Sr. vai dar a estas denúncias?

A campanha dos nossos adversários teve um nível muito baixo. Acusaram sem provas, levantaram dúvidas e suspeições sobre nossas ações e, infelizmente, não conseguimos espaço no guia eleitoral, como direito de resposta, para rebater as calúnias, as injúrias e as difamações. Estamos analisando uma a uma as mentiras assacadas contra nós, para tomarmos as medidas cabíveis – primeiro acionando a justiça na área penal, depois buscando uma indenização na área civil e, finalmente, daremos uma satisfação à população sertaneja, pois mesmo partindo de onde partiu, sempre existe alguém que acredita nos boatos e nas mentiras. Para que o povo tome conhecimento dos absurdos ditos pela oposição, basta lembrarmos da acusação de que teríamos desviado R$ – 250 mil, de um convênio para a compra de um ônibus – primeiro o recurso do governo Federal era de R$ – 50 mil e não R$ – 250 mil, segundo, os 50 mil depositados foram seqüestrados, naquele famoso seqüestro para pagamento de precatórios trabalhistas e, depois, o ônibus foi adquirido, por R$ – 90 mil reais, mesmo assim fomos acusados injustamente, como foi, também, o caso da reurbanização do açude grande, que eles disseram que nós recebemos dois milhões de reais para a obra, quando recebemos apenas 200 mil reais e são assim, deste tipo, todas as acusações feitas, de forma irresponsável e que não resistem a um confronto sério de informações.

O Sr. fez uma campanha pregando o amor, a paixão e a paz. Neste contexto, como serão tratados seus adversários políticos daqui pra frente?

Tratarei como adversários. Sem perseguição, mas sempre contraditando com firmeza todas as ações do grupo. Não adianta passar a mão na cabeça, ser complacente, porque fiz isso no primeiro mandato, inclusive deixei Epitácio trabalhar no município, pagando-o muito bem, até a hora que ele quis, para depois ainda sair pousando de que foi traído. Dei todas as chances ao Padre Francivaldo e ele optou pela oposição, acolhi várias pessoas que não haviam votado em mim, que não reconheceram o nosso gesto e se empenharam na campanha do adversário na primeira oportunidade. Serei duro com quem for duro comigo.

Ficou alguma mágoa, nesta campanha, que não se apagou com a vitória do último domingo?

Sempre defendi que a política deve ser feita com grandeza, olhando pra frente, mas existem coisas que não dá pra você relevar num primeiro momento, a exemplo das agressões pessoais, as calúnias, a ingratidão. Nestes momentos eu tenho me voltado muito para Deus, para tentar compreender e aceitar este tipo de comportamento.

A sua administração é elogiada até pelos adversários. O que Cajazeiras pode esperar deste seu segundo mandato?

Os cajazeirenses já me conhecem. Eles sabem que vão ter um prefeito com disposição redobrada para trabalhar, trabalhar e trabalhar. Vou buscar recursos para pavimentar as ruas que precisam ser calçadas, quero implementar abastecimento d água nas comunidades rurais, gerar oportunidade para que as pessoas tenham uma renda para o seu sustento e de suas famílias, com a implantação do Pólo de Confecções e do Pescado, vou investir na área da agricultura familiar, na saúde, na educação, em moradia popular quero, enfim, suplantar o meu primeiro mandato, sei que não será fácil, mas espero contar com o apoio e a compreensão de todos.

O Sr. vai efetuar mudanças na sua equipe administrativa?

O meu governo sempre teve uma aprovação muito grande da população cajazeirense, mesmo agora na época da eleição. Mesmo a pessoa não votando em mim, aprova a minha administração e este sucesso tem que ser dividido com a equipe de grandes auxiliares que consegui formar. Acontece que vamos começar um governo novo, uma nova etapa administrativa e vamos sim, fazer algumas modificações, agregar novos valores, remanejar em alguns setores, dar o dinamismo que se faz necessário para a consolidação do projeto que defendemos e para satisfazer os anseios da população.

Como será o seu relacionamento com a Câmara Municipal neste segundo mandato?

Acredito que será muito bom. Sempre tive um ótimo relacionamento com o Poder Legislativo, respeitando a sua independência, reconhecendo a importância do vereador, diferentemente do que ocorria em outras administrações, além do fato de termos elegido 07 dos 10 vereadores e de termos uma câmara de alto nível, pela composição de seus membros.

Os vereadores, do seu esquema, que não conseguiram se eleger terão espaço no próximo governo?

Todos foram importantes para a nossa vitória e são profundos conhecedores dos problemas do município. Não teremos espaço suficiente para acolhermos a todos em funções ao nível em que merecem mas, com certeza, continuaremos trabalhando juntos pelo bem de Cajazeiras.

Como o Senhor vai trabalhar um nome para sua sucessão em 2.008?

Nós temos primeiro que trabalhar e trabalhar muito, depois, no momento oportuno, escolheremos um nome que, respaldado no resultado do trabalho desenvolvido e na força do nosso grupo político, certamente não terá dificuldades para se eleger, até porque nós temos um projeto para Cajazeiras que deverá ser seqüenciado.

O Sr. vai cumprir todo o mandato, ou disputará algum cargo eletivo em 2.006?

Este é o nosso desejo, até pelo fato do muito que ainda precisa ser feito. Agora, se o deputado Wellington Roberto, que faz parte do nosso grupo, alçar vôos mais altos na política estadual, analisaremos com carinho a possibilidade de ocupar o espaço por ele ocupado, até para que Cajazeiras não fique órfã de uma representação na Câmara Federal.

Tem alguma viagem prevista para Brasília, ainda este ano, em busca de recursos?

Estarei em Brasília nos próximos 15 dias. Vou tentar a liberação de recursos, conversar com os parlamentares paraibanos, visitar Ministérios, vou fazer o que fiz nestes quatro anos, buscar recursos para ajudar no desenvolvimento de nossa terra.

O precário funcionamento do Hospital Regional tem sido um dos entraves na política de saúde implementada no seu governo. Como o Sr. vai resolver este problema?

Este é um dos grandes compromissos da atual campanha. Estou solicitando na comissão Bi-partite a transferência, para o município, do gerenciamento dos recursos Federais que são destinados para o Hospital Regional e que, atualmente, são gerenciados pelo Estado. O município também vai aportar recursos para melhorar a qualidade do atendimento, vou contratar mais médicos e afastar médicos e outros profissionais que não têm compromisso com aquela casa de saúde.

GAZETA DO ALTO PIRANHAS – ED. 304 (8 a 10/10/2004)

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