[2002] Prefeito pode licenciar-se do cargo em Cajazeiras

O prefeito Carlos Antônio (PDT) pode licenciar-se da Prefeitura de Cajazeiras nos próximos dias.

Foi o que ele mesmo confirmou à imprensa, em entrevista direto do Rio de Janeiro, onde se encontrava desde o início da semana tratando ao mesmo tempo de assuntos particulares e administrativos da edilidade.

De acordo com as afirmações do prefeito municipal, “existe de fato essa possibilidade que, entretanto, só vou analisar concretamente com minha volta à Cajazeiras e a decisão só será tomada após conversar com todos os meus amigos”, disse.

Segundo uma fonte credenciada, o prefeito chegou a comentar a possibilidade de seu afastamento com algumas pessoas próximas, inclusive com o presidente da Câmara de Vereadores, Marcos Barros (PMDB).

Ela disse que o que motiva a licença do prefeito é a sua vontade de embrenhar-se na campanha eleitoral sem, no entanto, deixar margem para comentários de envolvimento financeiro da Prefeitura. “Ele poderá se licenciar para que não digam depois que houve uso da máquina administrativa da Prefeitura”, afirmou a fonte.

Francivaldo ou Marcos Barros?

Casso essa possibilidade já admitida pelo próprio prefeito se concretize, há duas situações: 1) o padre Francivaldo, vice-prefeito, assume o comando da administração e, 2) na impossibilidade deste, assume o presidente da Câmara, vereador Marcos Barros.

O caso é que, com a vacância do cargo de prefeito, deveria assumir o vice-prefeito. Como este é candidato a deputado, perderá essa condição tão logo tome posse como prefeito. Resta saber se padre Francivaldo topará trocar a sua candidatura de deputado estadual por um período restrito de comando do governo municipal.

E em Francivaldo não aceitando perder sua condição de candidato, e portanto não assumindo a Prefeitura, assumirá imediatamente o comando administrativo e político da edilidade o presidente da Câmara.

Ocorrendo isso, então tomará posse como novo Presidente da Câmara o vereador Valderi Dias, 1º Vice-Presidente. Ato contínuo será dado posse ao 1º suplente da coligação de Marcos Barros, o sr. José Lopes, Dudu.

Tudo, entretanto, ainda está no terreno das hipóteses, já que qualquer decisão será tomada a partir deste final de semana.

Segundo observadores políticos um problema se apresenta para o afastamento temporário do prefeito municipal, no caso de assumir o comando administrativo o vereador Marcos Barros: sua vinculação estreita com o médico José Aldemir, candidato a deputado estadual, o que poderia causar mal estar e até desentendimentos entre os demais candidatos apoiados por Carlos Antônio, como padre Francivaldo, Epitácio Rolim e Zerinho.

Além disso, futuramente esse afastamento agora poderá custar muito caro. E que, se o prefeito se afasta temporariamente do comando administrativo municipal para poder participar da campanha eleitoral de seus amigos, repetirá o gesto em 2004 quando de sua própria reeleição?

Essas duas questões são, no entendimento de alguns, os dois maiores empecilhos para que o afastamento de fato se concretize.

GAZETA DO ALTO PIRANHAS – ED. 192 – 16 A 21/08/2002

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Publicações relacionadas
Total
0
Share