Regiões de Cajazeiras e Sousa concentram maiores rebanhos bovinos do Sertão da Paraíba

O Sertão paraibano redescobriu o rebanho bovino após quase uma década desde que o Estado registrou uma forte redução na criação do gado. A região corresponde a quase metade do total da Paraíba que, até o ano passado, era de 1,3 milhão de cabeças, um crescimento de 39% em relação a 2012.

Os dados são da Pesquisa da Pecuária Municipal (PPM) divulgada pelo Instituto de Geografia e Estatística (IBGE) no mês passado. A força da pecuária sertaneja no Estado se mostra na pujança do rebanho da região de dois municípios sertanejos: Sousa, que é dona do maior rebanho com 153,8 mil cabeças; e Cajazeiras, com 110,9 cabeças de gado. O rebanho expressivo faz a região do Sertão dona do maior número de gado na Paraíba, com 617,5 mil cabeças, ou seja, quase 46% do rebanho bovino da Paraíba.

O clima semiárido, o solo seco e as poucas chuvas são parte de um cenário que desafia permanentemente os pecuaristas sertanejos do Estado. Tiburtino Filho, tem 60 anos e desde pequeno, após herdar do pai a missão, trabalha com a pecuária na cidade de Aparecida, na região de Sousa. Em seu relato, o clima sertanejo tem oferecido menos dificuldades do que a própria situação do mercado.

“Estamos passando pela seca do Cariri, no Brejo, o que não é diferente com o Sertão. Mas a gente, do Sertão, ao longo dos anos, vem convivendo melhor com a seca. Nos últimos 10 anos, nós sofremos muito com a pastagem. Isso acaba fazendo com que a gente gaste mais com insumos, porque a ração do gado vem de outros estados”, conta o pecuarista. Seu Tiburtino, contudo, enaltece as vantagens da região em que vive e salienta as qualidades do lugar. “Por outro lado, as várzeas de Sousa, que vem de São João do Rio do Peixe, ajudam demais nesse manejo da água e ajudam os produtores”, comenta.

As intempéries impostas pelo clima e as dificuldade econômicas que o país enfrenta dificultam, mas não impedem o sertanejo de persistir na terra. Seu Tiburtino Filho explica que diante das dificuldades, os pecuaristas da região de Sousa buscaram soluções.

“Eu costumo dizer que o diferencial de Sousa é o trabalho que tem sido feito de silagem, por conta disso o custo diminuiu um pouco, porque permite que a gente compre os insumos para o gado em
grande quantidade e armazene para irmos usamos por um tempo maior”, acrescentou

Nos períodos de longa estiagem, a região ainda recebe apoio do Governo do Estado, por meio da Empresa Paraibana de Pesquisa, Extensão Rural e Regularização Fundiária (Empaer), vinculada à Secretaria do Desenvolvimento da Agropecuária e da Pesca (Sedap), no auxílio de agricultores para a estocagem de sorgo voltado à alimentação do rebanho. Os cuidados vão desde a não utilização de produtos químicos na plantação até a orientação na confecção de silos de superfície para armazenar a ração do rebanho.

COM INFORMAÇÕES DO JORNAL A UNIÃO

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