O centenário Açude Grande de Cajazeiras

O calendário dos feitos e fatos históricos de Cajazeiras, marca, neste dia 16, mais uma importante data: o aniversário de inauguração do Açude Senador Epitácio Pessoa, popularmente conhecido por Açude Grande. Em 16 de abril de 1916, o reservatório foi inaugurado com a realização de muitas festividades na cidade.

Construído inicialmente pela família do Padre Rolim, o citado açude foi reconstruído e ampliado pelo Governo Federal. Segundo os relatos históricos, a seca que assolou o Nordeste, em 1915, forçou as autoridades governamentais a dar mais atenção à região. Assim, foi determinada a reconstrução, depois de estudos e projetos da Inspetoria de Obras Contra as Secas.

Iniciadas em 27 de dezembro de 1915, com o auxílio dos trabalhadores inscritos nas Frentes de Emergência, as obras ficaram definitivamente concluídas em 15 de abril de 1916, sendo que, para maior segurança da antiga barragem de alvenaria, que ficou à juzante da nova barragem de terra construída, foi deliberada, depois de organizado o projeto, a construção de três gigantes de alvenaria na parte externa da referida muralha.

Logo em seguida, iniciou-se o processo de desapropriação das terras que deveriam ser ocupadas pelas águas. O livro “Estrada das Boiadas” da saudosa escritora Rosilda Cartaxo, conta que foi uma das mais intrincadas questões de desapropriação do interior nordestino. Em 06 de novembro de 1917, foi feita a entrega do açude ao Governo do Estado da Paraíba, que se prontificara a recebê-lo e conservá-lo para serventia pública.

O engenheiro Francisco Coelho Sobrinho (Dr. Coelho), foi o encarregado dos trabalhos de ampliação do Açude Grande. Natural da Bahia, ele chegou em Cajazeiras em 1915. Foi, também, um dos engenheiros responsáveis pela construção da estrada de rodagem do Sertão Paraibano, no período do presidente Epitácio Pessoa. Manteve excelente relacionamento com a sociedade cajazeirense, fixando residência no casarão que deu início a rua que tem o seu nome, a Dr. Coelho.

Importância

Passados todos esses anos, o velho Açude Grande de Cajazeiras, como é chamado por todos, já viveu vários momentos da vida da cidade. Suas águas serviram, durante muito tempo, para o abastecimento humano de Cajazeiras. Até 1964, quando foi construída a primeira adutora de Cajazeiras, a população era abastecida com a água que era transportada por meio de carroças. Foi a fase mais importante do Açude Grande para Cajazeiras.

Depois de alguns anos, a cidade foi crescendo e não houve a preocupação de preservar a qualidade da água. Muitas construções foram feitas e os esgotos sendo jogados para dentro do açude, iniciando-se um processo de poluição, que até hoje prejudica esse importante reservatório.

A ponte do sangradouro, ligando o centro da cidade à zona norte, também sempre serviu de local para as pessoas curtirem o Por do Sol nos finais de tarde em Cajazeiras. Na década de 80, foi derrubada por determinação da administração municipal, atendendo pedidos de alguns moradores da área e comerciantes do centro da cidade, que temiam a sangria provocada pelas fortes chuvas da época. A ponte foi reconstruída dentro do projeto de reurbanização do açude.

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