O Atlético de Cajazeiras vem se tornando um exemplo que o sucesso no futebol está sempre atrelado a um projeto de médio e longo prazo. Nos últimos anos, o Trovão Azul vem deixando de ser um time modesto do interior para se tornar uma das forças do futebol paraibano atual. Desde 2017, o clube está sempre figurando entre os primeiros colocados do Campeonato Paraibano, e por causa disso, conquistou o direito de voltar a representar a Paraíba em uma competição nacional.
A última vez que o time sertanejo participou de uma competição nacional foi em 2006, na antiga série C, e o clube conseguiu chegar à segunda fase das disputas. Agora, a partir do dia 19, o Atlético vai disputar a Série D, graças a terceira posição no Paraibano, alcançada em 2019. Este ano, o clube chegou a fazer a melhor campanha entre todos os clubes, na fase de classificação, mas acabou fora das semifinais do campeonato estadual.
O Atlético, juntamente com o Campinense, estão no grupo A3 da Série D, que tem também a participação, do Guarany de Sobral-CE, Floresta-CE, Salgueiro-PE, Afogados-PE, Globo-RN e América-RN. A estreia do Trovão Azul será no próximo dia 20 contra o Globo, no Perpetão, em Cajazeiras.
Boa parte desse sucesso do Atlético se deve a nova gestão do clube, que tem à frente o empresário e vereador de Cajazeiras – não será candidato a reeleição -, Alysson de Sousa Lira, de 38 anos. Ele é um apaixonado pelo Atlético, desde criança, e passou de torcedor para ser um dirigente muito capaz, implantando um tipo de gestão que levou o clube a ser um dos clubes de destaque na Paraíba
Porém, o “Trovão Azul“ não quer parar por aí. O objetivo agora é fazer uma bela campanha na Série D e conseguir a ascensão para a Série C em 2021. Em conversa com nossa reportagem, Alysson conta um pouco de sua trajetória e revela o segredo do êxito da atual gestão do Atlético.
Presidente Alysson Lira revoluciona o futebol do Sertão e torna o clube auto-sustentável e bem mais competitivo
Como surgiu a sua paixão pelo Atlético?
“Minha paixão pelo clube começou ainda muito jovem, veio de família. Meu irmão mais velho sempre me levava ao Perpetão, e logo me apaixonei pelo clube, que na minha opinião, é o mais querido do Sertão da Paraíba”.
Como se deu essa passagem de torcedor para dirigente, fazendo parte do dia-dia do clube?
“A gente sempre contribuiu como torcedor e logo quando Geraldo Lira assumiu o Atlético, a
gente começou também a colaborar como patrocinador do clube. Em novembro de 2016, a gente assumiu a direção do clube. Foi um grande desafio, porque sabíamos que se não tomássemos a frente, teria um risco do Atlético não participar do campeonato por falta de uma diretoria. Sou, diretor de futebol do clube, há quatro anos, mas na prática, sou um faz tudo”.
Qual a primeira medida de sua gestão para transformar o Atlético em um grande clube?
“O segredo do sucesso foi em primeiro lugar resgatar a credibilidade do clube, tanto com seus jogadores, torcedores, empresários, como também com os nossos fornecedores. Acredito que com o resgate da credibilidade do clube vieram os resultados e também novos parceiros para nos ajudar a levar o Atlético a ser respeitado novamente no futebol
paraibano”.
Uma das coisas que nos chama a atenção nesta gestão do Atlético é a manutenção da
comissão técnica, independentemente dos resultados do clube nas competições, ao contrário do que acontece na maioria dos clubes brasileiros. É muito comum os clubes do país mudarem de técnico quando não conseguem bons resultados a curto prazo. Como surgiu essa política de prestigiar o técnico?
“Hoje no futebol é muito fácil culpar alguém por falta de resultados, e o treinador sempre é o primeiro da fila, mas aqui temos um entendimento um pouco diferente. É tanto que o Ederson Araújo está aqui no Atlético há bastante tempo. O segredo dessa manutenção do treinador, ano após ano, esse tempo todo, é porque acompanhamos o dia dia do Atlético e podemos ver in loco o grande trabalho que o treinador faz. É um profissional jovem e que sempre joga para vencer, com uma equipe sempre ofensiva, independentemente de ser em casa ou fora, além também de ter um grupo em suas mãos, fato que também é muito importante hoje no futebol”.
Existe uma diferença de nível entre o Campeonato Paraibano e as competições que envolvem clubes de outras regiões. O elenco do Atlético hoje é mais forte do que aquele que fez mais uma vez uma boa campanha no Paraibano, este ano?
“Apesar das muitas dificuldades, com poucos recursos e sem poder contar com as rendas dos jogos, por causa da pandemia, nós conseguimos montar um bom elenco para as disputas da Série D. Trouxemos alguns jogadores de alto nível, como o atacante Bruno, que já teve uma passagem maravilhosa pelo clube no ano passado, o meia Enercino, que estava no Botafogo participando da Série C de 2019 e o lateral Iranilson, que fez um excelente Campeonato Paraibano pelo Sousa, dentre outros”.
O que o torcedor do Trovão Azul pode esperar do clube neste Brasileiro da Série D, que começa no próximo dia 19. O Atlético fez um time apenas para fazer uma boa campanha,
ou tem um projeto para lutar pelo título da competição e conseguir o acesso para a Série C?
“Desde que iniciamos esse projeto de transformar o Atlético, que sempre pensamos e nos
preparamos para o melhor. Acredito que esse seja o elenco mais forte que já trabalhamos, desde 2016 até aqui. Nós contratamos mais nove atletas e só contratações pontuais solicitadas pelo técnico Ederson Araújo. Acredito muito no potencial desta equipe e vamos entrar para lutar por uma vaga para a Série C do próximo ano. Se der, vamos também lutar pelo título da competição. A torcida pode acreditar no nosso trabalho que empenho não vai faltar para colocar o Atlético em destaque no cenário nacional”, concluiu Alisson Lira.
COM INFORMAÇÕES DO JORNAL A UNIÃO
