Após interdição pelo CRM, HU de Cajazeiras aponta ‘uso indevido’ de unidade de urgência pela saúde municipal

O Hospital Universitário Júlio Bandeira (HUJB), da Universidade Federal de Campina Grande (UFCG), em Cajazeiras, se pronunciou através de nota sobre a ação do Conselho Regional de Medicina da Paraíba (CRM-PB), que  interditou o Setor de Urgência e Emergência Pediátrica do Hospital.

A assessoria apontou que a unidade mantém diálogo com as autoridades para encontrar a melhor solução para o atendimento pediátrico.

Segundo a nota, o Hospital já realizou a convocação de quase mil pediatras apenas no último concurso realizado pela Ebserh e dedica cerca de 80% de seus atendimentos à atenção primária por ausência de estrutura para atendimento de urgência e emergência de pediatria pelo município.

Leia a nota na íntegra:

“O Hospital Universitário Júlio Maria Bandeira de Mello (HUJB), da Universidade Federal de Campina Grande, vinculado à Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), esclarece, sobre a decisão de interdição imposta pelo Conselho Regional de Medicina da Paraíba (CRM-PB), que tem mantido diálogo com autoridades dos municípios que compreendem a região polarizada por Cajazeiras, a fim de encontrar a melhor solução para os problemas que interferem no atendimento pediátrico na região.

O Hospital já realizou a convocação de quase mil pediatras apenas no último concurso realizado pela Ebserh, local e nacional, não tendo obtido sucesso no preenchimento de todas as vagas. O hospital também pactuou com os gestores dos municípios que, a partir do dia 08 de março de 2022, todos os atendimentos de Urgência e Emergência deveriam ser direcionados/regulados/referenciados pelos serviços de saúde locais, incluídos hospitais municipais, regional, UPAs e SAMU 192, o que não vem sendo cumprido. Tal medida já era prevista no contrato com a Secretaria de Saúde de Cajazeiras, assinado em outubro de 2019, e obedece a prerrogativas do SUS, bem como o perfil de atendimentos de média e alta complexidades, próprios de um hospital universitário.

A ausência de estrutura para atendimento de urgência e emergência de pediatria pelo município, como uma UPA, por exemplo, levou o hospital a dedicar cerca de 80% de seus atendimentos à atenção primária, de baixa complexidade. Este índice demonstra que a unidade de pronto atendimento do HUJB vem sendo utilizado de forma equivocada pela rede de saúde local, como uma extensão indevida da atenção primária.

O HUJB está, como sempre esteve, à disposição para o diálogo e o enfrentamento dos problemas de saúde locais, mas não deve ser o único responsável pelo conjunto de demandas postas pela saúde local. Deve, ao contrário, direcionar sua atuação para o que legalmente está previsto em sua constituição, como hospital universitário, bem como ao que está previsto no contrato que mantém com o gestor local do Sistema Único de Saúde (SUS), representado pela Secretaria de Saúde do Município de Cajazeiras.

Assessoria de comunicação – HUJB-UFCG/Ebserh.”

CRM interdita urgência do HU de Cajazeiras

O Conselho Regional de Medicina do Estado da Paraíba (CRM-PB) fiscalizou e interditou o Setor de Urgência e Emergência Pediátrica do Hospital Universitário Júlio Bandeira (HUJB), em Cajazeiras, na tarde desta segunda-feira (09). Conforme constatado pelo diretor de fiscalização, Bruno Leandro de Souza, o setor possui um déficit de médicos pediátricos e não oferece assistência médica continuada.

“O setor de emergência de um hospital deve funcionar 24 horas por dia, sete dias por semana, sem interrupção. Em vários momentos, aqui no HUJB, faltam pediatras. Então, a assistência estava prejudicada. Não houve outra alternativa que não fosse a interdição ética do trabalho médico para garantir uma discussão da rede de pediatria da cidade e região, além de contratação emergencial de profissionais que possam fazer o atendimento de uma forma eficiente e eficaz”, explicou Bruno Leandro.

Ele também ressaltou que a falta de pediatras no setor de urgência prejudica não apenas o paciente, que fica vulnerável pela falta de um profissional, mas também o médico que fica sem saber se o tratamento proposto ao paciente será continuado por um outro profissional qualificado. Com a interdição, os pacientes pediátricos que precisarem de atendimento médico de urgência e emergência devem procurar outros hospitais da região.

COM INFORMAÇÕES DO WSCOM E MAISPB

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