Vagas lembranças do Maestro Rivaldo Antônio Santana

Foi no início dos anos 60 (1963/1964) que conheci o maestro Rivaldo Santana. Após uma década ausente da cidade, retornava eu para iniciar atividades que se tornaram muito caras para mim: juntava o meu desejo de tornar-me professor com a vontade de “fazer rádio”.

Foi adentrando esses dois caminhos profissionais que me aproximei de três pessoas com quem passei a conviver, quase no dia a dia: Rivaldo Antônio Santana, Mozart de Souza Assis e José Adegildes Bastos. Os dois últimos, pelo amor que eu tinha às ondas sonoras do que chamávamos de “estação de rádio”. A aproximação tornou-se mais constante com Mozart e Rivaldo pelo meu amor à música…

É aí que entra o maestro Rivaldo. Pelos meus interesses musicais, costumava assistir aos ensaios da saudosa Orquestra Manaíra, sob a regência dele e com a direção artística de Mozart, com quem eu trocava ideias sobre a programação da Difusora Rádio Cajazeiras, ainda nos estúdios da Rua Epifânio Sobreira.

Sabia, por informações, que Rivaldo havia “caído” em Cajazeiras, fazendo parte do cast de um circo, que transitava pela cidade. Era o maestro da orquestra circense. O olho vivo de Mozart é que o fez ficar em Cajazeiras, assumindo de pronto a regência da orquestra que embalava os nossos sonhos. E Rivaldo gostou e foi ficando, até que ficou em nossa terra e constituiu família.

A sua competência musical o levou a lecionar a cadeira de Educação Artística, diante do incentivo do saudoso Mons. Vicente.

De uma festa, eu lembro-me bem – “Uma Noite do Havaí” –, realizada nos salões do Tênis Clube, e que marcou época. Rivaldo organizou as partituras de todas as faixas de um Long-Play de Billy Vaughn, ensaiando-as, quase todas as noites, até fazer a nossa Orquestra Manaíra executar, com maestria, as faixas do LP Blue Hawaii. Envaideço-me ainda hoje com o sucesso absoluto desse evento por mim idealizado, com o apoio da Difusora, e que foi complementado com o incremento das fantasias das dançarinas (estas criadas por Biva Maia) e os ensaios coreográficos a cargo da Profª. Mercês Gonçalves Holanda. Quem, como eu, viveu aquela noite jamais a esquecerá.

Quando aclamamos o nome do maestro Rivaldo Antônio Santana, na memorável Assembleia-Geral Extraordinária da ACAL, ocorrida em 17 de janeiro de 2019, logo o Prof. José Antônio sugeriu e propôs o nome do neto de Rivaldo, Ely Jenoville Santana Sobral, para assumir a Cadeira 36 de nossa Academia Cajazeirense de Artes e Letras. Como precisávamos de um nome que nos pudesse oferecer um “esboço biográfico” do homenageado, o nome do seu neto caiu bem.

O resto, a história musical e educativa de Cajazeiras haverá de perpetuar.

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