Rádio Alto Piranhas (2ª parte)

Os controlistas, que depois passaram a ser chamados de sonoplastas e hoje são os programadores musicais, que impunham respeito nos seus malabarismos sonoros, eram Geraldo Gomes (o GG), Iracy e Zuleide, cujos trabalhos eram disputados pelos apresentadores.

Na discoteca, pontuavam Audenyr e Myrtes, que aprenderam bem as suas funções e desempenhavam-nas muito a contento. Nogueira, que nunca foi controlista, era o homem dos contratos e dos pagamentos. Comandava a articulação comercial e a contabilidade com relação aos patrocinadores dos programas, sempre sob a supervisão do nosso diretor padre Loureiro, que lhe dava “carta branca” para o desempenho de sua importante atividade. Afinal, ele era o homem do dinheiro.

Com relação ao pessoal da Portaria, Chagas Amaro, ainda garoto – pirralho, podemos dizer – era uma espécie de office boy, como ele me recordou, sempre a prestar os seus serviços quando e onde necessário fosse. (Imaginem como evoluiu o nosso querido Pelé – era assim que o chamávamos – chegou a exercer importantes cargos públicos na cidade, é doutor em História e está sempre presente nos mais importantes eventos da cidade).

José Rolim, o Zezinho, era o técnico assistente, cuja aptidão para o ofício foi-lhe transmitida pelo Dr. Saboya, que o padre Vicente trazia do Recife, sempre que era necessário. Depois, Zezinho marcou época na radiofonia paraibana, exercendo com brilhantismo suas atividades na Rádio Tabajara da Paraíba, nos tempos saudosos de Barreto Neto e dos irmãos Carlos Roberto e Roberto Carlos.

Eram muitos os que atendiam na Portaria, mas não posso me esquecer do hoje Coronel Marcos Soares, meu primo, que eu o havia levado para a rádio, a fim de ele “ir desasnando”, como se dizia na época. Ao meio-dia, Zenildo ou Valter Cartaxo, com vozes solenes e impostadas, liam, diariamente, a “Crônica do Meio-Dia”, escrita por convidados especiais, dentre os quais se destacavam Dom Zacarias, Dr. João Isidro, Prof. Antônio de Souza e a Profª Magna Celi, cujas crônicas desta última foram publicadas no seu livro “Crônicas Radiofônicas – Cajazeiras dos anos 60”, lançado em 2011.

Destaque ainda merecem os programas esportivos e sociais: os primeiros, capitaneados pelo narrador esportivo Zenildo Alcântara, com os comentários de Nicholson Cézar e Silva e a coluna social, comandada por Gildete Sobreira que, como era costume na época para esses colunistas, eu a “batizei” de Idegil, nome artístico buscado por meio da inversão do seu próprio nome. Muitas vezes, ela era secundada por dona Íracles e dona Biva Maia.

Dentre as minhas homenagens, não poderia esquecer os nomes de Chico Cartaxo e Airton Eloy: o primeiro apresentava um programa de músicas saudosistas, no ar das 21:00 às 22:00 h., e o segundo comandava, aos domingos, um programa direcionado aos homens do campo, no caso, aos agricultores e pecuaristas.

Sim, antes que me esqueça; o padre Vicente era o comandante por trás dos comandados. Aparecia pela emissora nos momentos em que sua presença se fazia necessária. Essas lembranças vêm-me à mente aos borbotões, na esperança de que os pósteros não esqueçam o caminho embrionário da radiofonia cajazeirense.

Na ilustração, datada de 30 de julho de 1966, o momento em que a RAP foi credenciada como representante da sucursal do Jornal Correio da Paraíba, aparecendo na foto, da esquerda para a direita, Dr. Abdiel, então vice-prefeito de Cajazeiras, Geraldo Gomes, Zenildo Alcântara, Soares Madruga (Superintendente do Correio da Paraíba), Padre Loureiro, o autor desta Coluna e o então Deputado Estadual Edme Tavares. (data 30/julho/1966).
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