Resolveram dar ao menino um presente sofisticado, imaginando que ele estaria apto a manuseá-lo. Poucas pessoas tiveram o privilégio de possuir tão cobiçado brinquedo. Logo perceberam que demonstra absoluta incapacidade para dele fazer bom uso. Não se permite ouvir quem se disponha a orientá-lo sobre como proceder para usufruir do brinde que lhe foi oferecido. Além de incompetente, revela-se irresponsável e descuidado com o brinquedo.
Por conta própria entendeu de manejá-lo conforme sua capacidade de entendimento. Feito um garoto rebelde contraria todos os conselhos para bem conservar o presente. Pratica peraltices que só produzem estragos no seu objeto de entretenimento. Só os parentes próximos estão autorizados a mexer nele. Porém esses o superam na negligência. A olhos vistos todos podem pressentir o que está para acontecer.
Em se tratando de um brinquedo complicado de manipular, o temor é de que as avarias que o menino traquinas vem causando, o deixe em condições de difícil conserto para quem venha a sucede-lo na sua posse. É unânime a preocupação com o resultado dessa falta de zelo. Alguns, chegam a argumentar de que ele vai se cansar e entregar o brinquedo a alguém mais ajuizado. Outros, no entanto, manifestam receio de que a demora disso ocorrer, resultará em danos irreparáveis, e urge a tomada de providências para contê-lo.
O menino é desses que não respeita ninguém. Se acha dono do mundo. Provoca a todos que contrariem suas vontades. Tornam-se seus inimigos. Até os amigos de outrora, aqueles que convenceram os que decidiram dedicar-lhe tão valioso presente, passam a olha-lo com desconfiança. Muitos deles declaram-se arrependidos de ter formado o grupo de apoio para que recebesse aquele presente. Mas agora parece tarde. Ele se compraz com as travessuras que diariamente realiza.
A conclusão a que se chega é de que o brinquedo foi colocado em mãos que não mereciam usufrui-lo. Ninguém tem dúvidas de que o menino bagunceiro está quebrando o brinquedo.
