Porque a direita rejeita Paulo Freire

Temos assistido com muita frequência manifestações de ataques à memória de Paulo Freire. Porque será que o patrono da educação brasileira tanto incomoda a direita? O seu trabalho em favor da educação é reconhecido no mundo inteiro. Mas no Brasil de agora, o próprio governo insiste em ignora-lo.

Mas a resposta vem com facilidade. O educador pernambucano foi considerado subversivo pela ditadura militar, forçando-o, inclusive, ao exílio, em razão do seu projeto pedagógico que buscava a conscientização política do povo, objetivando a emancipação social e cultural das classes menos favorecidas e excluídas das políticas públicas. Esse é o grande motivo de tanta rejeição. Como o governo atual se mostra admirador do sistema de repressão que vivemos após o golpe de 1964, tudo o que naquele tempo se fazia ou condenava, recebe a aprovação dos que estão eventualmente no poder. Segundo os ditadores, conforme consta em documentos que determinavam a sua prisão, Paulo Freire era “homem notoriamente ligado à política esquerdista”.

Uma de suas obras mais conhecidas é a “Pedagogia do Oprimido”. Claro que os conservadores e reacionários de direita nunca aceitariam tal orientação educacional. É o que chamam de “doutrinação de esquerda”. Predomina a justificativa ideológica das classes dominantes que não quer considerar o povo como sujeito de direitos. A concepção freiriana entendia a educação como um ato político e de cultura. Tudo o que não deseja os que o renegam.

A educação tem que ser democrática, participativa, oferecendo condições a que cada cidadão participe efetivamente da construção de sua nação. Por isso foi, e está sendo considerado novamente, “elemento perigoso”, uma vez que contraria os que querem um sistema de ensino que se afaste de qualquer caráter social. A escola tem que ser base para a formação de cidadania.

Portanto, não é de se estranhar esse abespinhamento da direita brasileira com Paulo Freire, um dos educadores, pedagogos e filósofos mais consultados pelas universidades do mundo inteiro. Para ele “estudar não é um ato de consumir idéias, mas sim de criá-las e recriá-las”. Negar o seu legado é o interesse maior desse movimento contemporâneo ultraconservador no Brasil.

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