O fenômeno Gobira – depois que a onda quebrou

Passadas as eleições, vamos tecer alguns comentários sobre a performace espetacular da candidatura Antonio Gobira na nossa cidade e no estado, e se baseando na afirmação de Tancredo Neves sobre os fenômenos da política: “Quando aparece uma onda na política, a gente espera ela quebrar e depois examina a espuma”.

Primeiro em termos de Cajazeiras: Quase vinte mil votos em num universo de trinta mil votantes. No estado, apesar da votação ser longe de ser desprezível, não logrou êxito em eleger-lo, e a legenda do PSOL em nada contribuiu para que se chegasse ao menos perto de se eleger. Quanto às dinastias que se queria abalar, Todos os seus candidatos conseguiram superar, e contornando o fenômeno local, foram todos eleitos: Pedro Cunha Lima (o mais votado no estado), Efraim Filho, Wilson Filho, Veneziano Vital do Rego e Wellington Roberto, todos conseguiram suas vagas na Câmara Alta, fenômeno que re repete em todo o país, onde políticos veteranos elegeram seus descendentes para os mais diversos cargos da nação. Aparentemente os votos de protesto dos cajazeirenses de nada serviram, mas fica a lição: O que começou aqui, pode vir a se repetir, com outros nomes e em outras cidades, e tenham certeza que os políticos tanto daqui, como os alienígenas estão atentos. Daqui a quatro anos todos eles estarão a pedir votos novamente, e se em todo o Estado for se repetindo o fenômeno que aconteceu aqui, pode até repercutir em noutras cidades, e aí com mais força.

Mas vamos tecer algumas considerações do passado: Primeiro as emendas. O Deputado Federal que conseguiu mais para Cajazeiras, Edme Tavares, por exemplo, o IFPB (então chamado de Escola Técnica), que foi trabalhado e arduamente conseguido pelo nosso Deputado Constituinte, assim que Edme perdeu o apoio de Efraim Morais, que em dobradinha lhe rendia 30 % de seus votos, perdeu a vaga em Brasília, e aqui a eleição para Zuca Moreira, que quando interpelei o seu patrono João Claudino, se a liderança de seu candidato iria se consolidar, ele respondeu: “Pepe, o que você acha de um médico que aos 52 anos resolve ser político?”. E assim foi, sua carreira política logo se findou. O que se dizia e dizem até hoje, e é verdade, era que Edme não gostava de trabalhar as bases, e ficava mais interessado em sua carreira na Câmara dos Deputados (foi segundo Secretário já no segundo mandato), esperando que as emendas que trouxe para cá trariam os votos para sua carreira Federal, o que ficou provado – no caso de Edme – que não aconteceu.

Outro caso interessante foi a candidatura a Dep. Federal do político que considero mais afeito em trabalhar as bases, o Dep. Zé Aldemir, que perdeu uma eleição que não poderia ganhar, a da reeleição de Zé maranhão, ficou escaldado, e continua a investir na sua folgada eleição de Dep. Estadual, mesmo dispondo de prestígio e biografia para vôos mais altos. Na minha modesta opinião, o que Zé Aldemir gosta mesmo é de trabalhar as bases, e baseado em João Pessoa, elas ficam mais perto. Eleição tranqüila, e considerando o mar da política, até segura; ele diz que não gosta de Brasília. Vamos acreditar, é uma pena,,.

Então nem as emendas federais conseguem de per si, fazer uma candidatura vitoriosa, nem o trabalho das bases sozinho o consegue. E a cidade vai ficando em busca de soluções; a cidade tentou Gobira, mas a não ser a longo prazo, e com outros nomes, seria algo viável, mas de qualquer maneira pode ser uma evolução…

Daqui a pelo menos quatro anos, ou mais acertadamente, daqui a dez anos, vamos ter a exata noção se esse voto de protesto se transformou em algo de útil ou se foi uma brincadeira irresponsável de uma cidade carente de representantes. O futuro dirá…

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