O enterro de Major Chiquinho e a canoa Blackstone

Primeiro minhas escusas aos meus poucos e leitores por não ter publicado nada nas duas últimas semanas, mas como era “O dia da Cidade” , e havia muita gente para tecer elogios , merecidos ou não, à nossa cidade, e como as atividades profissionais , passada esse período mais grave da pandemia estão voltando e com mais intensidade para “tirara o atraso” do tempo da paralisia, me deixaram ocupado semana passada, volto a escrever as coisas para vocês.

Há pouco eu vi uma foto de uma canoa atravessando nosso desprezado Açude Grande ( para 1915, quando foi construído era justificava esse título, pois foi ampliado antes da época da construção das grande barragens do Nordeste), e lembrei-me de dois fatos correlatos que merecem ser lembrados..

Quando da missa de corpo presente de uma das maiores figuras de nossa comunidade, Major Chiquinho, ele escreveu em vida como seriam suas exéquias: deixou contratadas as bandas de música de cajazeiras e de Uiraúna, e  queria que junto com as músicas fúnebres, fossem executadas músicas de seresta, que ele em vida tanto gostava. A musica que ele pediu para ser executada no momento de seu sepultamento, foi “índia”, executada pelo sax de Chico do Cartório Então, esses desejos do falecido foram cumpridos e se um enterro pode ter sido maravilhoso, esse o foi. E o “extinto” mais que merecia esse tipo de homenagem, principalmente para quem o conheceu.

Durante o trajeto para o cemitério Coração de Maria, por acaso encontro uma grande amiga que o Espírito Santo (o estado, bem entendido) nos tomou, Cristina Moura, que por acaso estava em visita a nossa cidade. Na volta fomos ver o nosso famoso por do sol na parede do Açude Grande, e quando lá chegamos, estava como se estivesse a nossa espera, a famosa canoa Blackstone, Fernando bárbaro e mais alguns amigos. Naturalmente embarcamos nessa viagem, bem no final da tarde, e com a chegada da noite, sob uma lua maravilhosa, pudemos ter uma visão inusitada de nossa Cajazeiras.

A ponte, o Tênis Clube, o Colégio Estadual de dentro do açude e as lizes da cidade, fazem um visual que vale a pena ser visto, infelizmente a canoa que foi imortalizada no filme “ O Sonho de Inacim”, não existe mais, e as que a substituíram não têm a capacidade da que se foi.

Mas ficou e pode ficar na memória de qualquer pessoa que tiver a oportunidade que nós tivemos de contemplar nossa cidade desse ângulo inusitado.

Então, aproveitando esse movimento de restauração e revitalização de nosso Açude, seria uma coisa boa se alguém tivesse a iniciativa de fazer uma sucessora da Blackstone, para que outras pessoas tivessem a oportunidade de ter esse tipo de visão de nossa cidade, como eu e Cristina Moura a tivemos.

Existe muita coisa boa ao nosso redor, e nem nos damos conta, ou a maior parte de nossos concidadãos não sabe que existem.

No mais a mesma mesmice vai começar a nossa política paroquial e daqui para a frente não vai ter outro assunto.

Fico.

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