Minha infância (final)

Autor desconhecido, com uma pitada de Reudesman

Vocês que são da minha geração lembram que muitas das vezes comíamos na casa dos colegas e quando chegávamos em casa levávamos aquela “lição de moral” como falávamos. O que diziam os nossos pais: “Não tem comida em casa?”. Pois é, nós não nos importávamos se o nosso amigo era negro; branco; pardo; rico; pobre; menino; menina, sempre brincávamos juntos e como era bom. Bom não, era maravilhoso!

Na Praça do Espinho colecionei amigos irmãos e uns até compadre: Ruberval que foi chamado para a morada eterna, Toinho Pereira, Puãn, Maurício, Marcone, Mauro, Renê este também está ao lado de Deus, Renan, Renato, Gildinho, Joselito, Gilvan, Benone, Derval, Nenem de Sinval do Vale, Santino, Ricardo e Roberto Bandeira, Jatobá, Nenem Mãozinha, João Vianey, João Robson, Sales, Bié e vai por aí afora.

Época de assistir Rin-tin-tin; Sítio do Pica-Pau Amarelo, vixe como eu gostava e, vários outros. Muitas saudades desse tempo, em que nossa única dor era quando passava Merthiolate nos machucados. Felizes em comparação com esse mundo de hoje onde tudo se torna bullying.

Nossos pais eram presentes, mesmo trabalhando fora o dia todo, educação era em casa, até porque, ai da gente se a mãe tivesse que ir na escola por aprontarmos, meu pai Osmídio trabalhava na Renovadora de Pneus de Chico Cartaxo e quando chegava a noitinha me chamava para ver se eu tinha estudado a Tabuada, 6 X 6, 8 X 8, agora não responda certo pra ver, hoje, graças a essas lições, jamais utilizo a máquina calculadora para essas continhas. A professora Zefinha Ricarte, ao final do ano realizava um concurso para a melhor redação, às vezes me perguntam porque amo escrever, tai a resposta.

Tem mais, nada de chegar em casa com algo que não era nosso, desrespeitar alguém mais velho ou se meter em alguma conversa. Xiiii…Só aquele olhar de quando chegar em casa conversamos (já sabia que iria levar umas palmadas boas). Tínhamos que levantar para os mais velhos sentarem. Fico me perguntando, quando foi que tudo mudou e os valores se perderam e se inverteram dessa forma? Quanta saudade, quantos valores, que se perderam ao longo do tempo.

A Deus e a todos que enriqueceram a minha infância: Santa Farias, Expedito e Rubenir Maciel, Maria Pereira, Sebastiana e João de Mãe, Luzia e Tio Trajano, Adélia e seu Iôiô, Amélia, Massilon, José Henrique e Maria Raimunda, Janu, Eunice Pereira, Zé Ciola e Judite, Sinval do Vale e Aurea, Eliza Bandeira, Marizete Bandeira, Marinete Bandeira, Elza, Angelita e Nina, esses e essas foram mestres de uma geração de meninos e meninas lá da Praça do Espinho, e mesmo muito deles ao lado de Deus na morada eterna, certeza que continuam protegendo a todos nós.

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