Inácio de Sousa Rolim – padre, mestre e professor

Na Coluna 158ª deste Portal da Memória, havia prometido aos meus leitores tecer mais alguns comentários sobre o Padre Rolim. É que julgo haver ele inspirado a vocação docente a vários e consagrados mestres-escolas de nossa já mais do que centenária cidade.

Que o digam as figuras insignes e inapagáveis dos professores(as) Crispim Coelho, Antônio de Sousa, Mangueira, Paulo Martins, Vitória Bezerra, Noêmia Holanda, Carmelita Gonçalves, Zefinha Ricarte, para citar apenas os que, não mais que de repente, me vêm a memória. Não haja dúvida nenhuma de que foi o padre-mestre quem inspirou tão nobre e sublime missão.

O fato é que ele, conjuntamente à sua missão sacerdotal, foi vocacionado para a atividade do magistério, dando-nos o primeiro colégio da cidade, depois de “embrionar” na atividade de mestre-escola, a partir da ministração de suas primeiras aulas na rusticidade de sua casa, no sítio Serraria. Foi dali que se descortinou o seu mundo para a educação escolar de muitas e muitas gerações.

Mesmo se afastando de Cajazeiras por uns tempos, por volta de 1855, ele foi exercer a atividade no antigo Gymnasio Pernambucano, onde lecionou em várias cadeiras, com destaque especial para as de Latim, Grego e História Natural, além de exercer o cargo de regedor do ginásio (cargo correspondente ao de diretor do estabelecimento). E haja talento e fôlego para acumular tantas funções!

Em Cajazeiras, legou a muitos, sobretudo ao seu sobrinho, o padre José Tomaz, a nobre missão de ensinar/educar jovens do todo o Nordeste. O fruto de sua competência legou ao Brasil expoentes intelectuais cujos nomes seria por demais exaustivo citar, mesmo porque já o fiz na referida e supracitada Coluna anterior.

Era um beletrista que, ao lado de suas atividades religiosas e educativas, não se desprendeu do seu apego aos estudos e aos livros. Daí é que advieram as publicações de sua Gramática Grega que, ainda hoje, me serve de roteiro para os meus ensinamentos, e de suas Noções da História Natural, consideradas, para a época em que o compêndio foi publicado, (1881) obra elucidativa para os que, no futuro, pretendiam enveredar pelos caminhos teóricos e práticos dessa ciência.

Eternamente, nós que enveredamos pelos caminhos do magistério, renderemos nossas homenagens ao douto padre, mestre e professor.

Na data em que se comemora mais um ano do seu nascimento, reverenciamo-lo, lembrando-nos, embora apenas de passagem, de que foi  no ambiente de sua escola, localizada no atual Palácio do Bispo, que ele faleceu, como a nos querer dizer que, nascido e tendo vivido para ensinar e educar,  o local do seu desenlace, o ambiente escolar, haveria de perpetuar-se em nossa memória.

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