Eleições na Acal

Como criaturas racionais que somos, temos sempre que procurar entender, aceitar e defender as evidências dos fatos que circundam a nossa passageira existência.

Diante de evidências, somente os fracos silenciam. É delas – as evidências – e deles p os fatos – que lhes quero falar.

Ninguém , em boa fé, tem o direito de afastar-se dos seus conceitos e de suas convicções, deixando, por exemplo, de regar uma planta germinada de uma semente que foi plantada com a esperança de que ela nos desse seus benfazejos frutos.

Sabe-se que, apesar de uma Academia ser uma entidade cultural congregada, ela não deve viver em função de si mesma e de seus membros, no caso, acadêmicos. Ela existe em função da comunidade onde se situa. Do contrário, seria ou representaria apenas um símbolo. Eu acredito que, sendo ela um organismo vivo, deve contar sempre com a participação, nem que seja mínima, dos citadinos que vivem a cultura.

Essas considerações surgem em função das próximas eleições para os cargos diretivos dos que estarão à frente da nossa Academia Cajazeirense de Artes e Letras, num segundo momento de sua ainda incipiente existência.

Quando de sua instalação, a primeira diretoria foi aclamada pelos postulantes e acadêmicos, muito em função do reconhecimento burocrático que alguns possuíam com relação às estruturas organizacionais de uma entidade semelhante. E esse período inicial de dois anos, podemos até dizer que serviu como uma experiência, uma vez que todos os seus componentes eram neófitos nas funções.

Apesar da indesejada pandemia que assolou o universo, fez-se o que era possível fazer. Não tínhamos sede, endereço certo, o que impossibilitava o relacionamento com outras entidades congêneres. A comunidade citadina e circunvizinha e até alguns dos nossos confrades e confreiras chegaram a me inquirir se a Acal estaria em recesso. Este fato é que me levou a pensar que, como entidade viva e pulsante, ela deveria, como deverá, estar sempre presente nos momentos em que a cultura a convocar. Assim é que, como eu, alguns acadêmicos, abraçamos a possibilidade de que esse segundo corpo diretivo da Academia deveria ser exercido por quem vivesse na cidade, o que tornaria as suas ações mais presentes em consonância com os eventos literários, artísticos, científicos, enfim culturais, que ocorrem em Cajazeiras. E isso seria mais exequível doravante, agora que, praticamente, já dispomos de uma sede própria graças aos benfazejos olhares da administração pública municipal. A pessoa de uma presidência, como das demais funções, que residisse na cidade, certamente iria facilitar em muito a administração diária – por que não burocrática – da Acal.

De minha parte, especificamente, recebi com placidez a composição de uma chapa única (?) em que não conste o meu nome na função que desempenho desde a fundação, mesmo porque, como afirmei, acredito que uma chapa completa com residentes na cidade seria o mais racional e, além domais, a minha atividade atual de editoração e afazeres habituais têm absorvido muito do meu tempo. De qualquer forma, sou grato àqueles que me ajudaram a bem cumprir o meu mister, em um cargo para o qual fui indicado na instalação da Acal e sempre estarei a postos para os momentos e ocasiões em que, mesmo sem cargo, puder ser útil em alguma coisa, mesmo porque maior do que todos nós acadêmicos deve ser o amor que devotamos à nossa amada cidade/berço.

Como nunca fui tocado pela “mosca azul” da política, não tive jamais a pretensão de exercer cargos dessa natureza. O que mais me apetece, antes desses cargos, é a prestação de serviços a quantos, individual ou coletivamente, venham a deles necessitar.

Se mal digo, uso o aforismo popular bastante interessante e usado por essas bandas: “O que engorda a boiada é o olho do dono!”

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Publicações relacionadas
Total
0
Share