Da religiosidade cajazeirense (II) – A família Andriola

E por falar em religiosidade, em um passado recente, tivemos o Padre João Cartaxo Andriola, filho da terra, que teve como genitores o Sr. Francisco Ferreira Andriola (*24.jan.1891 – +1º.abr.1958) e Ana Cartaxo Andriola (*25.07.1895 – +3.jul.1981). O pai, no que pese a sua modéstia, foi figura bastante conhecida e conceituada em nossa cidade.

Natural de Cajazeiras, ainda jovem emigrou, junto com um irmão, para o Amazonas, em busca de melhores dias, retornando à cidade berço, pouco tempo depois. Ele era o que se chamava, em sua época, um simples “bodegueiro”, conhecido como Chico Italiano, alternativa nominal advinda de sua origem – tronco italiano da família Andriollo, que, ao longo do tempo, foi se transformando: Andriole, Andreoli, Andrioli, Andriolle, Andreolli, chegando à denominação familiar de Andriola.

Seu Chico Italiano praticamente vivia de sua bodega, localizada na tradicional “Rua da Tamarina”, cujo estabelecimento era contíguo à sua residência na Rua Epifânio Sobreira. Tanto é que a sua movimentação de casa para seu estabelecimento comercial era feita pelo quintal do domicílio.

Sua vida concentrava-se na sua bodega, onde cultivava a amizade com os seus companheiros, dentre os quais se destacavam Zé Telino, Moésia, João Coleta e Júlio Marques, entre outros. Era ali mesmo que mantinham suas conversações, algumas vezes regadas a um bom gole de pinga, o que faziam apenas por divertimento (que ninguém é de ferro!).

A família, no entanto, orientada pela matriarca Ana Otília Cartaxo de Morais Andriola, natural de Maurity-CE, cultivava uma religiosidade patente, o que fez dois dos seus filhos se tornarem sacerdotes – Paulo e João Andriola – e uma filha, freira. Enorme foi a prole do casal: dos dezesseis filhos, onze sobreviveram: Vicente, Francisco (Akim), José, João, Paulo, Idalina, Antônia (Toinha), Helena, Maria (Cotinha), Terezinha e Zélia, todos eles nascidos e criados na residência do casal, quando a Rua Epifânio Sobreira ainda se chamava de Rua 15 de Novembro.

Paulo, como já dito em Coluna anterior, de conformidade com os ditames e os trâmites religiosos, depois de exercer o sacerdócio por certo tempo, obteve a aquiescência do Vaticano para contrair matrimônio, levando hoje uma vida dedicada à Igreja e ao ambiente universitário, juntamente com a sua consorte Miriam Cavalcante, de tradicional família oriunda de São José de Piranhas.

1 comentário
  1. Prof. Francelino Soares, deixo aqui as minhas saudações acadêmicas e felicitações pelas relevantes informações históricas da minha família. Me chamo Wagner Bandeira Andriola, primogênito de Vicente Andriola. Sou natural de Cajazeiras e, atualmente, exerço a função de professor da Universidade Federal do Ceará, campus de Fortaleza. Minha prole conta com cinco rebentos, de momento: Vívian Cristine, Pablo Vicente, Carlos Wagner, Victor Alexandre e Maria Victória, de modo a levar adiante o sobrenome Andriola. Saudações cordiais. Parabéns pela excelente coluna.

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