Bia – Biblioteca Individual Automatizada

Quase no início da pandemia da covid-19, ano passado, resolvemos organizar nossa biblioteca. Eu e Maurinete, minha esposa, bibliotecários, e minha filha Letícia concluindo biblioteconomia, e responsável direto pela empreitada. Queríamos acabar com o ditado “casa de ferreiro, espeto de pau”.

Com o home office nosso e o ensino remoto de Letícia, tivemos mais tempo de folga. Há muito tempo queríamos fazer esse trabalho de colocarmos ordem em nosso acervo composto de livros, revistas, jornais e recortes de periódicos colecionados ao longo de minha vida. Herdei de meu pai, leitor voraz, a paixão por livros e publicações.

Como estímulo, remunerei profissionalmente minha filha. Definimos em modernizar o trabalho e informatizamos o acervo adquirindo o aplicativo Library Thing, que proporciona, via internet, consulta de qualquer parte do mundo. Ou seja, se você, provável caro leitor/a, quiser conhecer agora esse conjunto de obras é só ir ao endereço eletrônico https://www.librarycat.org/lib/leticia_alvesp e teclar o nome de um livro, de um autor, assunto, e verá se temos. Se digitar, por exemplo, “cajazeirenses e cajazeirados”, aparecerá a lista dos livros que possuo de meus conterrâneos.

Além de todo material organizado com as técnicas biblioteconômicas de catalogação, classificação e indexação, há um diferencial: o clipping, que é a organização (recortar, diagramar no papel e colar) e encadernação em capa dura, confeccionado em gráfica, de recortes de jornais e revistas. Sempre fui um colecionador de reportagens, artigos, ilustrações e charges de meu interesse. Trata-se de um arquivo pessoal de material publicado na imprensa impressa. Depois que você vê os volumes expostos na estante como se fosse um livro, sem ter que ficar remexendo papel jornal em pastas, amarelando e deteriorando pela ação do tempo, é que se percebe a funcionalidade na consulta desse material que foi compilado durante a vida.

Para a empreitada da organização da biblioteca foi providenciado: etiquetas, andorinhas (fitas plásticas para cobrir as etiquetas coladas nas lombadas dos livros) confeccionadas em gráfica ou copiadora profissional, caixas de arquivo próprio para acomodação dos periódicos, bibliocantos, escada apropriada para alcançar livros em prateleira mais altas.

Depois de tudo inserido em ordem nas estantes a impressão é que o acervo cresceu devido a facilidade de encontrar livro/periódico/clipping por qualquer pessoa e, mais importante, agora a alguns toques no teclado do celular. E, adeus àquela dúvida que as vezes nos assalta, por mais que tenhamos domínio de todo nosso acervo: “eu acho que tenho esse livro”.

O acervo é composto de 1.814 livros e 25 títulos de periódicos completos e incompletos, encadernados e não. Em tempo: o nome BIA é em memória à minha mãe. Era seu apelido carismático conhecido por todos.

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