A triste memória do Holocausto

A cada 27 de janeiro é celebrado o “Dia Internacional em Memória das Vítimas do Holocausto”. A data faz referência à liberação, pelas tropas soviéticas, do Campo de Concentração e Extermínio Nazista Alemão de Auschwitz em 1945 e foi definida pela Assembleia Geral das Nações Unidas. Oito mil prisioneiros foram libertados, muitos deles apresentando sinais dos martírios a que foram submetidos.

O termo holocausto deriva da palavra holocaustum, usada no idioma grego e latim. Pode ser traduzido como totalmente queimado. Em Israel, o termo usado para definir a ação dos nazistas é Shoah, ou catástrofe. Seis campos de extermínio foram instalados na Polônia, onde os prisioneiros eram executados em câmaras de gás e outros horrores eram cometidos, destacando-se a jornada de trabalho extenuante, maus tratos diários e péssimas condições de higiene. Os alojamentos ficavam abarrotados de pessoas mal alimentadas.

O regime nazista, guiado por uma ideologia racista, perseguiu e matou em torno de seis milhões de judeus. Pereceram, também, nos campos de concentração seres considerados inferiores, como negros, homossexuais, deficientes físicos e ciganos. Os sobreviventes eram obrigados a trabalhos forçados. Foi uma tragédia que necessita ser relembrada para que as futuras gerações rejeitem firmemente todas as formas de racismo, violência e antissemitismo e que nunca mais se repita com nenhum povo. Foi, sem dúvidas, um dos momentos mais sombrios da história universal. Após a rendição dos nazistas, em maio de 1945, muitos deles foram presos e levados a julgamento no Tribunal Militar Internacional de Nuremberg. Alguns foram condenados à morte por enforcamento e outros receberam penas de prisão perpétua.

É um momento em que devemos reforçar nossa luta contra o discurso de ódio e todas as formas que negam a dignidade humana, fortalecendo nosso compromisso com a democracia. Não podemos ser coniventes com a impunidade, nem banalizar o mal. Recordar um passado que nos entristece fará com que o futuro seja protegido, porque nenhuma sociedade está imune à intolerância e à irracionalidade. A prática de discriminação ou violência jamais poderá ser legitimada. Que a história do Holocausto sirva de advertência para todos os povos, no sentido de que não sejam mais permitidas ações genocidas ou de extrema violência. Faz-se necessário reagir com determinação contra os que procuram destruir o Estado, privando seus habitantes dos direitos de cidadania, abrindo as portas para massacres e a perda da liberdade.

Mesmo diante de fatos e testemunhas, em muitos lugares, existem pessoas que se recusam a acreditar que milhões de judeus foram mortos pelo regime nazista. Esses negacionistas integram grupos da extrema direita que buscam tornar seus projetos políticos aceitáveis socialmente, procurando revalidar, não só o fascismo, mas, também, o racismo, a xenofobia, as crenças religiosas e os conspiracionismos. Negar o Holocausto é estimular os extremismos. Relembrá-lo é, acima de tudo, um ato em defesa da história, do conhecimento e dos direitos humanos.

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