A nostalgia

De vez em quando nossa memória vai buscar recordações de acontecimentos inesquecíveis vividos no passado. São os momentos que se convencionou chamar de nostálgicos. Diferentemente da saudade, a nostalgia é mais dolorosa porque se instala na consciência a sensação de que nada será como antes. Normalmente ela se manifesta quando temos que nos distanciar da terra natal ou do aconchego da família, por uma decisão da vida, ou sentindo a ausência de alguém muito querido que já se foi do nosso convívio.

As lembranças impulsionando o desejo de regresso ou o reencontro de vivências pretéritas. Somos afetados por uma tristeza que abate o ânimo, passamos a viver um estado de melancolia angustiante. Sem perspectivas de realizarmos nossos anseios, nos entregamos à evocação dos sentimentos de nostalgia, sempre no lamento de que outrora éramos mais felizes.

Essa impressão de que os bons instantes vividos não mais se repetirão é que faz a diferença do sentimento da saudade, que desaparece quando acontece o retorno ao objeto da reminiscência. Na nostalgia só nos resta sonhar com o passado.

A nostalgia é algo parecido com a constatação de que só valorizamos o que temos quando perdemos. Ocorre o mesmo quando estamos nostálgicos, chegamos à conclusão de que não aproveitamos bem um tempo passado que só agora percebemos quanto foi bom e prazeroso. É isso que faz com que as lembranças agradáveis se eternizem. As imagens construídas na nossa memória nunca mudam, elas permanecem nítidas estimulando a nostalgia, a vontade de fazer o impossível: voltar o tempo.

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